A Principal Disfunção do Dependente Químico: Perda de Controle e Prejuízo Funcional
Por Jairo Telles – Terapeuta
✅ O que é a dependência química?
A dependência química é um transtorno crônico caracterizado pelo uso compulsivo de substâncias, mesmo diante de consequências negativas em diversas áreas da vida. Trata-se de uma condição que afeta o funcionamento do cérebro, o comportamento e a capacidade de escolha consciente do indivíduo.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), um dos critérios diagnósticos fundamentais do transtorno por uso de substâncias é justamente a incapacidade de controlar o consumo, mesmo com desejo ou tentativas repetidas de parar ou reduzir o uso.
⚠️ A perda de controle como disfunção central
Essa perda de controle configura-se como a disfunção central do dependente químico. É o ponto de ruptura entre o uso ocasional e o uso compulsivo, marcando o momento em que o consumo deixa de ser uma escolha voluntária e passa a dominar o comportamento.
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno é descrito como um “padrão de comportamento de uso de substâncias que resulta em comprometimento significativo do funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou de outras áreas importantes.”
🧠 Impactos da disfunção na vida do dependente
Além da compulsão pelo uso, essa disfunção central desencadeia uma série de prejuízos funcionais:
- Danos cognitivos (comprometimento do julgamento, impulsividade, dificuldade de decisão)
- Relações sociais deterioradas (isolamento, conflitos, afastamento familiar)
- Abandono de responsabilidades (trabalho, estudos, cuidados com a casa e com os filhos)
- Descuido com a saúde física e mental
Como afirmam Inaba & Cohen (2011):
“A dependência não é apenas uma questão de força de vontade ou moralidade, mas uma condição médica crônica que afeta o cérebro, o comportamento e o funcionamento do indivíduo.”
🔍 A disfunção central e a perda da capacidade de escolha
A maior disfuncionalidade no transtorno de dependência química é, portanto, a perda da capacidade de escolha consciente frente ao uso da substância. Esse estado de vulnerabilidade compromete o livre arbítrio e expõe o indivíduo a uma cadeia de consequências negativas que se manifestam em todas as áreas da vida.
Essa compreensão é fundamental para quebrar estigmas, promover o acolhimento e incentivar abordagens terapêuticas eficazes, baseadas na ciência e na empatia.
📌 Conclusão
Entender que a dependência química é uma doença com base neurobiológica e comportamental — e que sua disfunção central é a perda de controle sobre o uso — é essencial para promover o tratamento adequado, fortalecer os vínculos familiares e construir um plano terapêutico que respeite o tempo, a dor e a dignidade do paciente.
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