Categoria: drogas

  • Fase I: Sinais de Aviso de Recaída (Interno)

    Fase I: Sinais de Aviso de Recaída (Interno)

    Fase I: Sinais de Aviso de Recaída (Interno)

    Por Tarcísio Gonçalves Júnior – Assistente Social | Terapeuta Conselheiro

    A fase inicial da recuperação de qualquer dependência é um período delicado, onde a atenção aos sinais de alerta é fundamental. É comum que, nessa etapa, a pessoa sinta uma dificuldade em funcionar como antes. Um dos principais sinais de aviso de recaída, nesta fase, é a dificuldade de pensar com clareza.

    Dificuldade de Pensar com Clareza: Um Sinal de Alerta

    Essa dificuldade pode se manifestar de diversas formas. A mente pode se tornar um turbilhão de pensamentos rígidos e repetitivos, criando uma sensação de sobrecarga e ansiedade. Por outro lado, a mente pode parecer um “vazio”, com dificuldade de concentração, raciocínio lógico e clareza mental.

    Essas barreiras mentais tornam desafiador até mesmo resolver problemas simples do dia a dia, gerando uma sensação de incerteza e paralisia diante dos próximos passos a serem dados, tanto na vida pessoal quanto no processo de recuperação.

    Impulsividade e Recaída

    Em momentos de confusão mental, decisões importantes podem ser tomadas de forma impulsiva, sem a devida reflexão e análise das consequências. Esse comportamento impulsivo aumenta significativamente o risco de recaída, pois a pessoa pode agir por impulso, buscando alívio imediato em comportamentos ou substâncias que antes causavam dependência.

    Reconhecer esses sinais de aviso – a dificuldade de pensar com clareza, a mente sobrecarregada ou vazia, e a impulsividade – é crucial para evitar a recaída. A intervenção precoce, com o apoio de profissionais e a utilização de técnicas de prevenção de recaída, pode fazer toda a diferença nesse momento crítico.

  • Ansiedade e Dependência Química: O Abuso de Medicamentos

    Ansiedade e Dependência Química: O Abuso de Medicamentos

    Ansiedade e Dependência Química: O Abuso de Medicamentos

    Por Selma Binotti – Psicóloga – Especialista em dependência química

    A agitação do dia a dia tem causado grandes impactos na vida das pessoas. A pressão para “dar conta de tudo”, a ilusão de vidas perfeitas nas redes sociais e o apelo ao consumo imediato criam expectativas irreais. Quando essas expectativas não são atendidas, ou quando enfrentamos dificuldades que exigem mais atenção e esforço, é comum nos sentirmos mal. Infelizmente, muitas vezes buscamos uma “solução” rápida no uso abusivo de medicamentos ansiolíticos, sedativos e outros.

    “Ah! Mas o que isso tem a ver com a dependência química?”, você pode se perguntar. A resposta é: muito. Estamos vivendo em uma época em que a resolução de nossos problemas parece estar embutida em uma pílula. A falta de habilidades para lidar com as frustrações da vida nos leva a aumentar gradualmente a dose da medicação, até que, sem perceber, nos tornamos reféns – ou melhor, dependentes – desses medicamentos.

    O Limiar Perigoso: Quando o Remédio se Torna Droga

    É crucial entender que a linha entre o uso terapêutico e o abuso de medicamentos é tênue. Medicações utilizadas em quantidades maiores do que as especificadas por um profissional de saúde qualificado, como um médico, podem causar sérios problemas físicos e psicológicos, levando à dependência química. Remédios ingeridos além do recomendado, em doses excessivas e frequentes, passam a funcionar como qualquer outra droga.

    As sensações iniciais podem ser de alívio e bem-estar. Os efeitos imediatos podem variar desde fala lenta e sonolência até confusão mental. No entanto, com o tempo, o organismo se adapta à substância, exigindo doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito – um fenômeno conhecido como tolerância.

    Os Sinais da Dependência: Abstinência e Overdose

    Quando o uso da medicação é interrompido, podem surgir sintomas de abstinência, como:

    • Inquietação
    • Insônia
    • Dores pelo corpo
    • Dores de cabeça
    • Dificuldade em respirar e relaxar

    Em casos mais graves, a abstinência pode levar a complicações sérias e exigir intervenção médica.

    Além disso, a overdose de medicamentos é um risco real e pode ter consequências devastadoras, incluindo:

    • Dificuldade para acordar
    • Respiração lenta e irregular
    • Internação por intoxicação
    • Óbito

    Quais Medicamentos Podem Causar Dependência?

    A dependência química pode ser causada por diversos tipos de medicamentos, incluindo:

    • Ansiolíticos: Utilizados para tratar a ansiedade.
    • Sedativos e Hipnóticos: Utilizados para induzir o sono.
    • Analgésicos opioides: Utilizados para aliviar a dor.

    É fundamental seguir rigorosamente a prescrição médica e nunca aumentar a dose ou a frequência de uso por conta própria.

    Dependência Química por Remédios Tem Tratamento

    Sim, a dependência química causada por remédios tem tratamento, mas, assim como no caso de outras drogas, o processo não é fácil. Buscar ajuda de profissionais capacitados e comprometidos pode ser o primeiro passo para uma nova etapa de vida. O tratamento geralmente é multidisciplinar, envolvendo acompanhamento médico, psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico.

    Palavras-chave: ansiedade, dependência química, medicamentos, abuso de medicamentos, tratamento, abstinência, overdose, ansiolíticos, sedativos, analgésicos opioides, saúde mental, bem-estar.

  • Dependência Química x Luto: A Conexão Entre a Dor da Perda e o Uso de Substâncias

    Dependência Química x Luto: A Conexão Entre a Dor da Perda e o Uso de Substâncias

    Por Andreia Abreu – Psicóloga – CRP 05/43890

    Dependência Química: O Fundo do Poço Como Alerta

    Na dependência química, costuma-se dizer que os caminhos mais comuns levam à internação, prisão ou morte. Essa dura realidade pode ser um ponto de virada para quem enfrenta o vício. O contato com a marginalização, a perda de autonomia e o vazio existencial podem despertar a necessidade de mudança e recuperação.

    A conscientização sobre as consequências do abuso de substâncias é essencial para que o indivíduo reconheça a urgência de buscar ajuda profissional. A adoção de terapias comportamentais e o suporte de grupos de apoio são medidas fundamentais nesse processo.

    O Luto e Suas Consequências na Saúde Mental

    O luto pode ser uma das experiências emocionais mais dolorosas e impactantes da vida. Em alguns casos, pode desencadear problemas físicos e psicológicos graves, como a inibição do vago, um fenômeno ligado a disfunções cardíacas.

    A dor emocional intensa pode levar indivíduos a buscar alívio em substâncias como álcool, drogas e tabaco, ou desenvolver outros hábitos desadaptativos, como compulsão alimentar. Em casos extremos, o sofrimento prolongado pode aumentar o risco de comportamento suicida, tornando o suporte psicológico essencial para a recuperação.

    A Relação Entre Luto e Dependência Química

    O luto é um processo natural, mas quando associado à dependência química, pode intensificar o sofrimento emocional e dificultar a superação.

    O abuso de substâncias pode parecer uma solução temporária para amenizar a dor, mas na realidade, apenas agrava o estado emocional. O indivíduo pode sentir que somente as drogas oferecem o alívio necessário, tornando-se refém do ciclo da dependência.

    A importância do suporte terapêutico e do envolvimento da família é crucial para quebrar esse ciclo. Grupos de apoio podem proporcionar um espaço seguro para a expressão da dor e a construção de novas formas saudáveis de enfrentamento.

    Abstinência: Um Processo Similar ao Luto?

    A abstinência do uso de drogas compartilha muitas características do processo de luto, gerando reações emocionais e físicas intensas. Alguns dos sintomas comuns incluem:

    • Comorbidades psiquiátricas, como depressão, ansiedade e insônia.
    • Vulnerabilidade emocional, com sensação de desamparo e incapacidade de lidar com a realidade.
    • Solidão e dependência emocional, tanto na abstinência quanto no luto, devido ao rompimento com uma fonte de segurança e conforto.
    • Mudanças na identidade, onde o indivíduo precisa reconstruir sua vida sem a presença da droga ou da pessoa falecida.

    Como Superar o Luto e a Dependência Química

    A recuperação exige tratamento holístico, considerando tanto o impacto emocional da perda quanto a necessidade de desintoxicação. Algumas estratégias eficazes incluem:

    • Terapias cognitivas e comportamentais para reestruturação emocional.
    • Grupos de apoio, como os Narcóticos Anônimos, que promovem o compartilhamento de experiências e suporte coletivo.
    • Acompanhamento médico e psicológico, essencial para lidar com sintomas físicos e emocionais.
    • Práticas saudáveis, como atividades físicas, alimentação equilibrada e técnicas de mindfulness.

    Conclusão

    O luto e a dependência química são desafios que demandam compreensão, paciência e suporte profissional. O acolhimento da sociedade é essencial para que a recuperação ocorra de forma efetiva, promovendo um ambiente de cura e renovação.

    Se você ou alguém que conhece está passando por esse momento difícil, busque ajuda profissional. O caminho da recuperação é possível e pode trazer de volta a qualidade de vida e o bem-estar.


    Bibliografia:
    • PARKES, Colin Murray. Luto: Estudos sobre a perda na vida adulta. São Paulo: Summus, 1998.
    • Narcóticos Anônimos.

  • Por que a Codependência Materna é Mais Frequente do que a Paterna?

    Por que a Codependência Materna é Mais Frequente do que a Paterna?

    Por Jairo Telles – Terapeuta e Conselheiro Pleno em dependência química

    A codependência materna em relação ao dependente químico costuma ser mais intensa por diversos fatores emocionais, sociais e culturais. Neste artigo, vamos explorar as principais razões que tornam as mães mais propensas a desenvolver essa condição e como lidar com ela de maneira saudável.

    1. Ligacão Emocional Profunda

    Desde a gestação, a mãe cuida, protege e sente responsabilidade pelo bem-estar do filho. Quando ele se torna um dependente químico, essa sensação de responsabilidade aumenta, levando a tentativas constantes de “salvá-lo”. Esse vínculo afetivo torna mais difícil para a mãe impor limites.

    2. Papel Social da Maternidade

    Culturalmente, a maternidade é associada ao papel de cuidadora. Muitas mães sentem que precisam resolver os problemas dos filhos, mesmo que isso as prejudique emocionalmente, financeiramente e fisicamente. Esse comportamento reforça a codependência.

    3. Culpa e Sensação de Falha

    O sentimento de culpa é um dos grandes motores da codependência. Muitas mães acreditam que falharam na educação ou que poderiam ter evitado o vício do filho. Como forma de compensação, tentam estar sempre presentes e resolver os problemas dele.

    4. Dificuldade em Impor Limites

    A mãe codependente pode aceitar comportamentos destrutivos do filho, como manipulação, mentiras e agressões, acreditando que, ao ceder, está ajudando. O medo de piorar a situação ou perder o contato com o filho faz com que ela evite impor limites necessários.

    5. Medo da Perda e da Rejeição

    O medo de perder o filho para as drogas ou para a morte é um dos fatores que mantém a mãe em uma relação disfuncional. Muitas também temem ser rejeitadas, caso deixem de oferecer suporte irrestrito.

    6. Recompensas Emocionais Inconscientes

    Mesmo sofrendo, algumas mães sentem que sua vida tem propósito ao “ajudar” o filho. Esse ciclo de sacrifício e esperança alimenta a codependência, pois ela sente que ainda tem controle sobre a situação.

    7. Falta de Apoio Emocional e Psicológico

    Muitas mães não buscam ou não têm acesso a terapia e grupos de apoio como o Nar-Anon, o que as torna mais vulneráveis à codependência. A falta de informação e suporte dificulta a quebra desse padrão.


    Como Quebrar a Codependência?

    ✅ Buscar terapia para entender os próprios sentimentos e aprender a impor limites saudáveis.

    ✅ Participar de grupos de apoio para familiares de dependentes químicos.

    ✅ Compreender que ajudar não significa permitir comportamentos destrutivos.

    ✅ Focar no autocuidado, recuperando sua identidade e bem-estar.

    A codependência materna pode ser superada com informação, suporte e, principalmente, a consciência de que amor verdadeiro não é permitir que o outro se destrua, mas incentivá-lo a buscar ajuda.

  • A Mulher e o Alcoolismo: Causas, Riscos e a Importância da Prevenção

    A Mulher e o Alcoolismo: Causas, Riscos e a Importância da Prevenção

    Por Euzeni de Matos – Psicopedagoga, Neuropsicopedagoga e Psicanalista Clínica

    O alcoolismo feminino tem se tornado um problema de saúde pública crescente. O aumento do consumo de álcool entre as mulheres, especialmente em ambientes domésticos e sociais, tem chamado a atenção de especialistas. Além dos fatores sociais e culturais, as diferenças biológicas tornam o público feminino mais vulnerável aos efeitos nocivos do álcool.

    Neste artigo, vamos explorar as principais causas do alcoolismo feminino, os riscos para a saúde e a importância da prevenção, destacando que o melhor caminho é evitar o primeiro gole.


    Os Riscos do Álcool para a Saúde da Mulher

    O álcool afeta homens e mulheres de maneiras diferentes. O organismo feminino tem menor quantidade de uma enzima chamada desidrogenase alcoólica, responsável por metabolizar o álcool. Isso significa que as mulheres absorvem mais álcool na corrente sanguínea, tornando os efeitos da substância mais intensos e duradouros.

    Os principais problemas de saúde relacionados ao consumo excessivo de álcool incluem:

    Danos ao fígado (como hepatite alcoólica e cirrose)
    Maior risco de câncer (mama, fígado, esôfago)
    Doenças cardiovasculares (pressão alta, arritmias)
    Dependência química e transtornos psicológicos (ansiedade, depressão)

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool está associado a mais de 200 doenças e condições que afetam diretamente a qualidade de vida.

    Por Que o Alcoolismo Entre Mulheres Está Aumentando?

    Existem diversos fatores sociais, emocionais e psicológicos que explicam o aumento do consumo de álcool entre as mulheres. Entre os principais, destacam-se:

    1. Pressões Sociais e Culturais

    A independência feminina trouxe novas responsabilidades e desafios. Hoje, beber socialmente é visto como algo comum, e muitas mulheres acabam consumindo álcool como parte de seu estilo de vida.

    2. Estresse e Sobrecarga da Vida Moderna

    A rotina intensa entre trabalho, família e vida pessoal pode levar muitas mulheres a buscarem no álcool uma válvula de escape para o estresse e a ansiedade.

    3. Depressão e Ansiedade

    O álcool é frequentemente usado como uma forma de automedicação. No entanto, essa prática pode agravar ainda mais transtornos mentais e levar à dependência.

    4. Padrões de Beleza e Autoestima

    A “ditadura da beleza” impõe padrões irreais que afetam a autoestima das mulheres. Algumas recorrem ao álcool para aliviar a frustração com a aparência, aumentando os riscos de abuso da substância.

    Conclusão

    O alcoolismo feminino é uma doença séria que precisa ser tratada com atenção e empatia. O primeiro passo para evitar a dependência alcoólica é não dar o primeiro gole. A prevenção é o caminho mais seguro para evitar os impactos negativos do álcool na vida das mulheres.

    Se você ou alguém próximo está enfrentando dificuldades com o álcool, procure ajuda profissional. O Terapeuta Conecta pode conectar você a especialistas qualificados para oferecer o suporte necessário nessa jornada de recuperação.

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