Categoria: Espiritualidade

  • O impacto do uso abusivo de drogas no ambiente familiar

    O impacto do uso abusivo de drogas no ambiente familiar

    O impacto do uso abusivo de drogas no ambiente familiar

    Autora : Karol Alburquerque , Psicologa

    O uso abusivo de drogas não afeta apenas quem consome a substância — ele reverbera em toda a família. Muitas vezes, os familiares vivem em silêncio, sentindo medo, culpa e frustração, sem saber como lidar com a situação.

    Este artigo tem como objetivo trazer informação, acolhimento e reflexão, mostrando como a dependência química impacta os vínculos familiares e quais caminhos podem ser buscados para a recuperação e o fortalecimento das relações.


    Como a dependência química impacta a família

    Quando uma pessoa passa a usar drogas de forma abusiva, toda a rotina familiar se reorganiza ao redor dessa situação. Entre os efeitos mais comuns estão:

    • Codependência: familiares passam a viver em função do dependente, tentando controlar ou compensar seus comportamentos.
    • Comunicação prejudicada: sentimentos de medo, raiva ou vergonha podem dificultar o diálogo, gerando conflitos ou silêncios dolorosos.
    • Abalo da confiança: mentiras, promessas quebradas e comportamentos impulsivos desgastam vínculos afetivos.
    • Isolamento social: a família muitas vezes se afasta de amigos e redes de apoio, vivendo o sofrimento em segredo.

    👉 É fundamental reconhecer: o sofrimento é coletivo, e não apenas do indivíduo que usa a substância.


    Um olhar ampliado sobre a dependência química

    Para compreender a dependência química, é necessário observar toda a rede de relações em que o indivíduo está inserido. A família não é apenas coadjuvante: ela participa da cena, com suas próprias dores, medos e estratégias de enfrentamento.

    Essa perspectiva favorece:

    • A redução da culpa excessiva.
    • O reconhecimento das necessidades legítimas de cada membro da família.
    • A abertura para novas formas de se relacionar e lidar com o sofrimento.

    Caminhos de cuidado e recuperação

    Pesquisas científicas mostram que o tratamento é mais efetivo quando envolve a família. Alguns recursos disponíveis incluem:

    • Grupos de apoio: como Al-Anon e Amor-Exigente, que oferecem suporte emocional e estratégias práticas.
    • Psicoterapia individual e familiar: auxilia no manejo das emoções, no fortalecimento dos vínculos e na criação de limites saudáveis.
    • Programas de prevenção à recaída: promovem consciência sobre os gatilhos e fortalecem a autonomia do dependente.

    Além disso, pequenas ações do dia a dia podem gerar grandes mudanças:

    • Estabelecer horários regulares para refeições e atividades familiares.
    • Incentivar momentos de diálogo aberto e sem julgamentos.
    • Reservar tempo para o autocuidado de cada membro da família.

    Conclusão

    O uso abusivo de drogas transforma vidas e relações. Reconhecer esse impacto é o primeiro passo para buscar ajuda e reestruturar os vínculos familiares.

    Cada membro da família tem potencial de transformação: ao olhar para si e para sua forma de se relacionar, é possível criar caminhos mais saudáveis e um cotidiano mais leve.

    👉 Você não precisa enfrentar isso sozinho(a). Buscar ajuda profissional, participar de grupos de apoio e investir em autoconhecimento pode ser o início de uma mudança profunda — tanto para o dependente quanto para a família.


    Referências

    • American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Artmed.
    • Organização Mundial da Saúde (OMS). (2019). Global status report on alcohol and health. WHO.
    • United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). (2023). World Drug Report 2023. United Nations publication.
    • Zimberg, S. (2010). Dependência Química: um estudo sobre família e tratamento. Casa do Psicólogo.

    Autora : Psicologa Karol Albuquerque CRP: 17/6027

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/97

  • Jogos Perigosos

    Jogos Perigosos

    Jogos Perigosos

    Autor : Frederico Ramos Ferreira- Psicologo

    Não é de agora que o vício em jogos eletrônicos vem chamando a atenção de pesquisadores e profissionais de saúde do mundo inteiro.

    O problema denominado de Distúrbio em Games (Gaming Disorder) anunciado no último mês de junho pela OMS (Organização Mundial da Saúde), já pode ser considerado uma prévia para a inclusão da doença no Código Internacional de Doenças Mentais (CID 10), em sua versão atualizada (CID 11),
    a ser apresentada em maio de 2019.

    Apesar da complexa abrangência, o documento é uma das principais ferramentas epidemiológicas do cotidiano médico, que visa monitorar a incidência e prevalência de doenças, através de uma certa padronização, apresentando um panorama amplo da situação de saúde dos países e de suas populações.

    No lugar de “demonizar” o uso dos jogos eletrônicos, devemos considerar a diferença existente entre o bom e o mau uso dos chamados games.

    Em vista de enfatizar os efeitos nocivos do uso compulsivo dos jogos, deixemos para apresentar em outra oportunidade os efeitos benéficos dessa tecnologia no desenvolvimento intelectual e relacional observados de forma mais genérica.

    Os principais sinais de alerta, além da evidente perda do controle no uso, são a manutenção do comportamento repetitivo, mesmo diante de prejuízos sociais, e a priorização dos jogos em detrimento de atividades básicas diárias, tais como comer, dormir, fazer a higiene e produzir algo.

    Como se diz na expressão popular, trocando em miúdos, fique atento se o vício do seu filho ou de outros está dominando o estado real neurológico, o pensamento e as preocupações. Procure observar o montante de tempo, a duração e a frequência do uso dos equipamentos.

    Caso positivo, procure orientação médica e busque conscientizar de alguma forma o indivíduo para aceitar um tipo de ajuda.

    Não se sinta fracassado ou fracassada no desempenho do seu papel familiar. Sentir-se assim, além de não ajudar em nada, pode piorar ainda mais a situação.

    Confie nos profissionais de saúde especializados e procure seguir todas as recomendações existentes.

    Em breve, publicaremos alguns estudos e reflexões no que diz respeito as possíveis causas psicológicas sobre o uso compulsivo e o vício em jogos eletrônicos.

    Saúde sempre e um grande beijo!

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/72

  • O Poder do Apoio Familiar na Recuperação da Dependência Química.

    O Poder do Apoio Familiar na Recuperação da Dependência Química.

    O Poder do Apoio Familiar na Recuperação da Dependência Química.

    Autor: Psicologo Ailton Paulino dos Santos Júnior

    Hoje em dia, muitas pessoas acreditam que internar um ente querido em uma clínica ou comunidade terapêutica é a melhor solução. No entanto, ao longo do tempo em que trabalhei nesses espaços, percebi que cerca de 90% dos pacientes acabavam recaindo no uso de álcool e drogas. Muitos, inclusive, deixavam a clínica e, no mesmo dia, já procuravam a substância novamente.

    Essa realidade me fez refletir: o confinamento por longos períodos — de nove meses a um ano — não garante, por si só, a conscientização e transformação necessárias para uma mudança de vida. A recuperação não depende apenas do isolamento, mas principalmente de apoio, afeto e acompanhamento adequado.

    A presença ativa da família durante o tratamento faz toda a diferença. Quando o paciente sente que não está sozinho, que há alguém acreditando nele, o processo se torna mais leve, mais rápido e mais efetivo. O suporte familiar, aliado ao acompanhamento psicológico e psiquiátrico, fortalece a autoestima e a motivação para seguir em frente.

    É claro que há situações em que a internação é necessária, principalmente quando não há quem possa acompanhar o tratamento de perto ou quando o quadro clínico exige esse cuidado. Mas, sempre que possível, estar presente, cuidar com amor e atenção, é um ato de enorme valor.

    Falo isso com conhecimento de causa. Eu mesmo enfrentei a dependência do álcool e das drogas por muitos anos. Cheguei ao fundo do poço, perdi oportunidades, me afastei de pessoas importantes e quase me perdi de mim mesmo. Mas foi quando recebi o apoio verdadeiro da minha família que tudo começou a mudar. Eles não desistiram de mim. Estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis, mesmo quando eu já não acreditava em mim. Com esse suporte e com acompanhamento profissional, consegui me recuperar.

    Hoje estou limpo, fortalecido e com um propósito: ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo desafio. Compartilho minha história porque acredito que ninguém precisa enfrentar isso sozinho — e porque eu sou prova viva de que a recuperação é possível.

    Vale lembrar que esse problema afeta toda a família, direta ou indiretamente. E para que o tratamento funcione, é essencial que o paciente tenha um forte desejo de mudar. Sem essa disposição interior, infelizmente, o processo pode se tornar apenas uma perda de tempo, energia e relações importantes.

    Por isso, se você está enfrentando a dependência química, olhe para além do efeito momentâneo da substância. Reflita sobre o que realmente tem valor em sua vida. Acredite: é possível parar, com força de vontade, responsabilidade e o apoio de quem te ama.

    Autor: Psicologo Ailton Paulino dos Santos Júnior

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/ailton-paulino-dos-santos-junior

  • Quando a Cabeça Pesa: Ansiedade e Depressão na Caminhada da Recuperação

    Quando a Cabeça Pesa: Ansiedade e Depressão na Caminhada da Recuperação

    Quando a Cabeça Pesa: Ansiedade e Depressão na Caminhada da Recuperação

    Autora : Jaqueline Peixoto

    Ansiedade e depressão são desafios comuns durante a recuperação da dependência química. Descubra como lidar com esses sentimentos e seguir firme no processo de cura.


    Entendendo a Ansiedade e a Depressão na Recuperação

    Durante o tratamento da dependência química ou do alcoolismo, é comum que a mente passe por momentos intensos de instabilidade emocional. A interrupção do uso de substâncias pode desencadear sentimentos antes abafados, como tristeza profunda, medo, angústia e inquietação.

    Esse despertar emocional é parte natural do processo de cura. Ao deixar de usar drogas ou álcool, o cérebro começa a retomar suas funções de maneira mais clara — e isso pode causar desconforto.


    Como a Ansiedade se Manifesta na Recuperação

    A ansiedade na recuperação pode surgir de diversas formas, como:

    • Pensamentos acelerados e catastróficos
    • Medo constante de recaídas
    • Preocupações com o futuro
    • Sintomas físicos como tremores, suor excessivo, insônia e palpitações

    Esses sintomas são o reflexo de um sistema nervoso que está tentando se reequilibrar após um longo período de uso de substâncias.


    Sintomas de Depressão Após Parar com Substâncias

    Já a depressão na recuperação pode se manifestar com:

    • Falta de energia e desânimo
    • Perda do interesse por atividades diárias
    • Sentimentos de culpa ou inutilidade
    • Isolamento social e pensamentos negativos recorrentes

    É importante reforçar: isso não é sinal de fraqueza, mas sim um alerta de que o corpo e a mente estão em processo de readaptação.


    O Que Fazer Quando a Cabeça Pesa

    Lidar com a ansiedade e a depressão no processo de recuperação exige cuidados. Veja algumas ações que ajudam nesse caminho:

    1. Fale sobre seus sentimentos

    Converse com um terapeuta, conselheiro, ou alguém de confiança. O diálogo é um remédio poderoso.

    2. Evite o isolamento

    Participar de grupos de apoio ou rodas de conversa fortalece a autoestima e mostra que você não está sozinho.

    3. Aceite ajuda profissional

    Em alguns casos, pode ser necessário acompanhamento psiquiátrico e uso de medicação adequada para equilibrar a química cerebral.

    4. Cuide do corpo para cuidar da mente

    Hábitos simples como uma boa alimentação, sono regulado, exercícios leves e práticas de respiração ajudam no controle emocional.


    Recuperar-se Também É Aprender a Sentir

    Sentir tristeza ou medo faz parte da jornada. A recuperação emocional exige coragem e autocompaixão. Mais do que “se livrar” de substâncias, recuperar-se é reaprender a viver com autenticidade e presença.

    Lembre-se: não há vergonha em sentir. Vergonha é desistir. Você está em um processo de reconstrução — e isso é digno de orgulho.

    Autora : Jaqueline Peixoto https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/37

  • A Meditação como ferramenta de autoconhecimento

    A Meditação como ferramenta de autoconhecimento

    A Meditação como ferramenta de autoconhecimento. Num mundo de tantas possibilidades, é imprescindível que nos conheçamos para fazermos melhores escolhas e vivermos em harmonia. A meditação se constitui como uma excelente ferramenta a esse processo de autoconhecimento.Uma prática pouco valorizada aqui no ocidente, mas muito eficiente e que pode ser aliada à psicoterapia a fim de que percebamos melhor as nossas emoções e habitemos um estado subjetivo de maior harmonia e assertividade é a meditação. Ela pode ser feita da maneira que for mais aprazível — sentado ou deitado, com música, mantra, guiada ou apenas no silêncio do eu consigo mesmo. Muitos ainda associam a meditação a uma espécie de ritual místico, praticada apenas por pessoas altamente espiritualizadas. Mas a realidade é que ela é simplesmente uma atitude de se colocar à disposição de silenciar a ruminação mental, a incessante “voz na sua cabeça”. Isso é feito não a partir da negação dos pensamentos que por ventura aparecem, mas por meio de sua não estimulação, os deixando amorosamente ir, da mesma forma que vieram à mente. E, no lugar dos pensamentos, devemos prestar atenção nas batidas do coração e no ritmo da respiração, que deve ser mais lenta e profunda para ativar o sistema nervoso parassimpático, responsável por nos acalmar.

    Ora, parece justo, não? Você se dedica a prestar atenção em si mesmo e é recompensado com o esclarecimento sobre quem você é e o que você sente. E tudo isso por meio de um processo que é gratuito, que pode ser feito em qualquer lugar (desde que silencioso), a qualquer momento, por qualquer pessoa e de forma autônoma! “Ahh, mas eu não consigo não pensar em nada”, não foque em “não pensar em nada”, mas sim em prestar atenção na sua respiração. Comece com um tempo de cinco minutos e vá aumentado esse tempo aos poucos, não precisa fazer posição de yógui, não precisa complicar, “melhor feito do que perfeito”. Apenas reserve um tempo para si, da maneira que puder.

    Já foi comprovado que práticas de meditação auxiliam no déficit de atenção, no gerenciamento do estresse e da ansiedade, para diminuir a pressão arterial e o cortisol. Também auxilia na flexibilidade cognitiva, propiciando insights importantes. Quando combinada à psicoterapia, a meditação enriquece o diálogo e as reflexões trazidas à clínica, de modo a tornar o processo psicoterapêutico muito mais eficiente e profundo.

    Muitas pessoas que meditam relatam que um dos principais benefícios dessa prática é que elas fazem melhores escolhas ao longo do dia, sendo capazes de ponderar melhor antes de tomar alguma decisão ou de falarem algo. A sociedade e os diversos contextos nos quais estamos inseridos constantemente nos demandam respostas e é fundamental que sejamos mais assertivos nessas atitudes, a fim de construirmos uma caminhada mais coerente e positiva.

    Além disso, meditar nos dá a oportunidade de olharmos com mais carinho e cuidado para os nossos pontos a melhorar, substituindo uma perspectiva de autocrítica por uma de aceitação incondicional e compreensiva de nossa condição humana e imperfeita. Nos possibilita, assim, enxergar os desafios como oportunidades de melhora a partir de uma perspectiva mais analítica.

    Num mundo inundado de informação, meditação é bote salva-vidas, é necessidade, é sobretudo um ato de amor próprio.

    Muito obrigada pela leitura, espero que considere com carinho a recomendação a essa prática que é tão simples, mas tão profunda em seus benefícios. Me encontro à disposição para esclarecimentos e para o atendimento psicológico.

    Até mais, lhe desejo tudo de bom!

    Referências Bibliográficas: MENEZES, C. B., DELL’LAGLIO D. D. POR QUE MEDITAR? A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DA PRÁTICA DE MEDITAÇÃO. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 3, p. 565-573, jul./set. 2009.

    /https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/beatriz-luiza-silva-sarah