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  • Aonde Deus possa me ouvir

    Aonde Deus possa me ouvir

    Por Alcinir Pessanha – Terapeuta

    A frase da música “Aonde Deus possa me ouvir” pode ser interpretada dentro do
    contexto da recuperação e tratamento da dependência química como uma reflexão
    sobre a necessidade de autoconhecimento e autocuidado no processo de recuperação. Aqui
    estão alguns pontos que conectam essa frase ao tema:

    1. “Morar no interior do meu interior”:
      Essa expressão remete à introspecção e ao autoconhecimento, fundamentais na
      recuperação. No tratamento do TUS (Transtorno por uso de substâncias), é necessário entender as
      emoções, traumas e gatilhos internos que levam ao uso de substâncias, para
      construir uma base sólida de transformação.
    2. “Pra entender por que se agridem”:
      Reflete o ciclo de autossabotagem e culpa que muitas pessoas em recuperação
      enfrentam. O tratamento busca ajudar os pacientes a interromperem esse ciclo,
      promovendo o acolhimento e a autoaceitação como parte da jornada.
    3. “Se empurram pro abismo”:
      Pode simbolizar o comportamento autodestrutivo típico da dependência química. A
      frase serve como um convite para buscar ajuda e evitar os “abismos” criados pela
      adição, por meio de suporte terapêutico, grupos de apoio e reconexão com os
      próprios valores e propósito.
    4. “Se debatem, se combatem sem saber”:
      Destaca a luta interna que muitas vezes ocorre sem uma compreensão clara das
      razões. Isso reforça a importância de abordagens terapêuticas que ajudam o
      indivíduo a identificar os conflitos internos e encontrar formas saudáveis de
      resolvê-los.

    Aplicação Prática no Tratamento

    ● Psicoterapia: A frase pode ser usada como ponto de partida em sessões de
    terapia para discutir sentimentos de autossabotagem, alienação e
    desconexão interna.
    ● Grupos de Apoio: Pode ser um tema para debates e reflexões, incentivando
    os participantes a compartilhar experiências de luta interna e superação.
    ● Atividades Reflexivas: Durante oficinas de escrita ou dinâmicas de grupo, a
    frase pode inspirar exercícios de escrita terapêutica ou arte, ajudando na
    expressão emocional.

    Conclusão

    Essa reflexão permite que pacientes compreendam que o processo de recuperação
    é mais do que deixar de usar substâncias; é uma jornada para “morar no interior do
    seu interior” e reencontrar um propósito maior na vida.

    Autor da música: Vander Lee

  • Alcoolismo: Entenda a Dependência e Como Superá-la

    Alcoolismo: Entenda a Dependência e Como Superá-la

    O alcoolismo é uma dependência do indivíduo ao álcool, reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O uso constante, descontrolado e progressivo compromete gravemente o funcionamento do organismo, assim como a saúde psíquica.

    Além de afetar a vida pessoal do dependente, o alcoolismo pode prejudicar profundamente seus relacionamentos com familiares, amigos e colegas de trabalho, ampliando o impacto dessa condição.


    Os Perigos do Álcool

    Embora o álcool seja amplamente aceito pela sociedade, ele oferece diversos perigos tanto para quem consome quanto para as pessoas ao seu redor. Alguns dos riscos associados ao consumo abusivo incluem:

    • Comportamentos antissociais
    • Violência doméstica
    • Rupturas de relacionamento
    • Problemas no trabalho

    Fatores Associados ao Alcoolismo

    Além da predisposição genética, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da dependência, como:

    • Ansiedade, angústia e insegurança: Questões emocionais que levam ao consumo como forma de alívio.
    • Fácil acesso ao álcool: A disponibilidade e a normalização cultural podem influenciar o uso.
    • Pressão social: Eventos e reuniões onde o álcool é oferecido, especialmente na adolescência, podem ser um ponto de partida para o consumo excessivo.

    Os Primeiros Efeitos do Álcool

    O consumo de álcool pode causar inicialmente sensações de euforia e desinibição. É comum que o uso inicie durante a adolescência, quando encontros sociais tornam o consumo de bebidas alcoólicas mais frequente. Contudo, essa prática pode evoluir para um padrão de dependência ao longo do tempo.


    É Possível Deixar o Álcool? Sim!

    O primeiro passo para superar o alcoolismo é reconhecer a frequência do consumo e os impactos que ele traz à vida. Caso não consiga parar sozinho, não tenha vergonha de buscar ajuda profissional.

    A terapia é uma poderosa aliada nesse processo. Ela pode ajudar a identificar as causas que levaram ao consumo excessivo e promover o autoconhecimento, essencial para fortalecer a capacidade de superar a dependência.


    Busque Ajuda: Um Novo Caminho Está ao Seu Alcance

    Superar o alcoolismo exige dedicação, mas é totalmente possível com o suporte certo. Seja por meio de terapia individual, grupos de apoio ou acompanhamento médico, cada passo dado na direção da recuperação é uma vitória.

    Se você ou alguém próximo precisa de ajuda, entre em contato com. Euzeni de Matos

    Euzeni de Matos
    Psicopedagoga, Neuropsicopedagoga e Psicanalista Clínica, Terapeuta em Dependências Químicas

  • Gene Simmons: Um Exemplo de Sobriedade no Rock ‘n’ Roll

    Gene Simmons: Um Exemplo de Sobriedade no Rock ‘n’ Roll

    No universo do rock, onde o estilo de vida exagerado muitas vezes se mistura com o abuso de substâncias, a história de Gene Simmons, o lendário baixista e vocalista da banda Kiss, se destaca como um exemplo de sobriedade e disciplina. Simmons, que construiu uma das marcas mais reconhecidas da música, sempre se posicionou contra o uso de drogas e álcool, um fato que chama a atenção em um meio onde esses elementos são tão comuns.

    Influências de Vida e Lições de Superação

    A decisão de Simmons de evitar substâncias teve suas raízes em sua história familiar. Sua mãe, Florence Klein, era uma sobrevivente do Holocausto, um evento marcado por traumas e privações. Crescer com os relatos de luta e resiliência de sua mãe deu a Gene uma compreensão profunda sobre como as escolhas de vida podem impactar drasticamente o futuro.

    Essa perspectiva não apenas moldou seu caráter, mas também influenciou sua abordagem à vida. Simmons entendeu que o controle sobre as próprias escolhas era essencial para superar os desafios e criar uma carreira sólida, especialmente em um meio repleto de distrações.

    O baixista do Kiss, Gene Simmons – Londres, na Inglaterra –  (Jim Dyson/Getty Images)

    Sobriedade como Estratégia de Sucesso

    Simmons não via apenas a sobriedade como uma questão de princípio pessoal, mas também como uma estratégia para o sucesso. Ele frequentemente destacava que o uso de drogas e álcool poderia comprometer sua saúde, sua capacidade de tomar decisões e, consequentemente, a sustentabilidade da marca Kiss.

    O Kiss, conhecido por seus shows grandiosos e marketing inovador, foi moldado por um Gene Simmons focado e disciplinado. Ao evitar substâncias que poderiam nublar seu julgamento, ele conseguiu construir e gerenciar com precisão a imagem e o legado da banda, além de inspirar milhões de fãs ao redor do mundo.

    Um Exemplo para os Fãs e a Indústria

    Gene Simmons sempre fez questão de ser um exemplo positivo para seus fãs. Ele provou que é possível ser um ícone do rock sem ceder aos estereótipos de excessos. Sua história mostra que sucesso e rebeldia não precisam estar atrelados ao abuso de substâncias, mas podem ser alicerçados em disciplina, foco e uma compreensão clara de objetivos.

    Impacto na Comunidade Terapêutica

    Histórias como a de Simmons têm grande valor na prevenção ao uso de drogas e no incentivo à sobriedade, especialmente entre jovens influenciados por figuras públicas. Ao compartilhar sua postura firme contra o uso de drogas, Simmons contribui para a conscientização sobre os riscos associados a essas substâncias e inspira outras pessoas a priorizarem escolhas saudáveis.

    Conclusão

    Gene Simmons é uma prova viva de que disciplina e autocontrole podem coexistir com a criatividade e a energia do rock ‘n’ roll. Sua história não apenas ressalta a importância de escolhas conscientes, mas também demonstra que é possível ser autêntico e bem-sucedido sem se render a pressões externas.


    Fontes:

    1. Lendário baixista do Kiss compartilha sua postura contra drogas. Disponível em: Loudwire
    2. Entrevista com Gene Simmons sobre sobriedade. Disponível em: Rolling Stone
    3. História de Florence Klein. Disponível em: Biography
    4. Impacto do abuso de substâncias na indústria da música. Disponível em: National Institute on Drug Abuse

  • O que a ansiedade pode causar no corpo?

    O que a ansiedade pode causar no corpo?

    A ansiedade excessiva e persistente pode provocar uma série de sintomas físicos que afetam a rotina e prejudicam a qualidade de vida. Embora a ansiedade seja uma resposta natural do organismo a situações desafiadoras ou perigosas, quando se torna exagerada e recorrente, pode indicar um transtorno que exige acompanhamento médico e, em alguns casos, tratamento com medicação.

    O que é ansiedade?

    Ansiedade é a preocupação constante ou exagerada com situações do dia a dia ou eventos específicos. Em sua forma saudável, funciona como um mecanismo de defesa, ajudando o corpo a lidar com situações estressantes ou desafiadoras. No entanto, quando ultrapassa esses limites, ela pode interferir na rotina e comprometer o bem-estar físico e emocional.

    Principais transtornos de ansiedade

    Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com características específicas. Confira os mais comuns:

    • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Preocupação excessiva e constante que dura pelo menos seis meses, dificultando o controle da ansiedade e impactando na rotina.
    • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que geram sofrimento e interferem no dia a dia.
    • Fobia Social: Ansiedade em interações sociais, com medo de julgamentos, humilhações ou constrangimentos.
    • Transtorno do Pânico: Crises intensas de medo, acompanhadas de sintomas físicos como taquicardia, falta de ar e sudorese.
    • Agorafobia: Medo de situações ou lugares onde a pessoa se sinta vulnerável ou sem ajuda, levando, muitas vezes, ao isolamento.

    Sintomas físicos da ansiedade

    A ansiedade pode desencadear diversos sintomas físicos, entre eles:

    1. Tontura e náusea: Alterações no equilíbrio e na respiração, além de liberação de adrenalina, podem causar tonturas e enjoos.
    2. Desconforto abdominal e diarreia: O aumento do cortisol pode alterar o funcionamento intestinal, provocando dores e diarreia.
    3. Dor e aperto no peito: Tensão muscular e respiração acelerada podem causar dores no peito, simulando problemas cardíacos.
    4. Ondas de calor ou calafrios: Respostas do sistema nervoso simpático podem gerar calor excessivo, suor ou calafrios.
    5. Coração acelerado: A liberação de adrenalina aumenta os batimentos cardíacos, provocando taquicardia.
    6. Falta de ar: Respirações rápidas e superficiais dificultam a oxigenação, causando sensação de sufocamento.

    Crises de ansiedade: o que fazer?

    Durante uma crise de ansiedade, é importante que a pessoa seja acolhida e se sinta segura. Validar o sofrimento do outro e oferecer ajuda são atitudes fundamentais. Técnicas de respiração, meditação e relaxamento podem ajudar a aliviar os sintomas.

    A prevenção, no entanto, está relacionada a uma rotina equilibrada. Reconhecer os gatilhos da ansiedade, reservar momentos para lazer, manter um sono adequado e praticar atividades físicas são práticas essenciais para melhorar a saúde mental.


    Quando buscar ajuda médica?

    Alguns sinais indicam que é hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra:

    • Sintomas físicos frequentes e significativos;
    • Dificuldade em realizar atividades do dia a dia;
    • Isolamento social ou incapacidade de sair de casa;
    • Impacto na saúde, como insônia, alterações no apetite ou pressão alta;
    • Pensamentos negativos persistentes.

    A terapia ajuda a lidar com as emoções e a encontrar estratégias para enfrentar a ansiedade. O uso de medicamentos, quando necessário, deve ser associado a outras práticas terapêuticas para alcançar resultados mais eficazes.

    Conclusão

    A ansiedade, quando em excesso, afeta não apenas a mente, mas também o corpo. Reconhecer os sinais e buscar ajuda especializada é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida. Consultas online com psicólogos podem ser uma alternativa acessível e prática para quem busca orientação e tratamento.

    Quer saber mais?

    Agende uma consulta com um psicólogo e descubra como lidar melhor com a ansiedade e seus sintomas. Cuide de sua saúde mental!

    Bernadette Barbosa - Psicóloga - CRP 21/01300
    Bernadette Barbosa – Psicóloga – CRP 21/01300

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  • O Vazio: Um Olhar Profundo Sobre a Jornada de Recuperação

    O Vazio: Um Olhar Profundo Sobre a Jornada de Recuperação

    Na literatura sobre recuperação, há uma menção frequente a um “vazio” que surge com a retirada das drogas. Esse vazio seria algo a ser preenchido, comumente relacionado ao segundo passo de muitos programas de recuperação. A interpretação inicial é que buscamos preencher esse espaço com substâncias psicoativas. Porém, uma reflexão mais profunda nos leva a questionar: será que esse vazio realmente existe?

    O Vazio Inexistente: Uma Nova Perspectiva

    O que chamamos de vazio, na verdade, pode ser descrito como sentimentos e pensamentos não identificados. Durante o uso de substâncias, tentamos anestesiar dores e desconfortos que não conseguíamos nomear devido à falta de conhecimento emocional e discernimento. No entanto, esses mesmos sentimentos continuam presentes mesmo após o início da recuperação.

    É no processo de autoconhecimento, por meio da prática e da vivência em programas de recuperação, que aprendemos a identificar e nomear essas emoções. Ferramentas como a escrita e a reflexão ajudam a dar forma e significado a essas experiências internas, transformando o que antes era percebido como um vazio em algo concreto e passível de ser trabalhado.


    Transformando Sentimentos em Ferramentas de Crescimento

    1. Identificação dos Sentimentos
    O primeiro passo para superar o “vazio” é reconhecer os sentimentos mascarados pelas drogas. Muitas vezes, emoções como tristeza, raiva ou medo eram ignoradas, criando um ciclo de sofrimento. A escrita se mostra uma ferramenta poderosa para explorar e expressar essas emoções de forma consciente.

    2. Autoconhecimento
    Ao longo do tempo, o autoconhecimento permite identificar padrões de comportamento e compreender reações emocionais. Reconhecer esses padrões transforma o desconforto inicial em uma oportunidade de crescimento pessoal.

    3. Nomeação e Validação
    Dar nomes aos sentimentos é fundamental. Nomear é desmistificar, e desmistificar é a chave para enfrentar a dor com clareza. Quando conseguimos identificar o que sentimos, abrimos espaço para abordá-lo de maneira mais estruturada e produtiva.

    4. Trabalho Contínuo
    O processo de recuperação não é estático. Ele exige dedicação diária, abertura para mudanças e o cultivo de práticas de reflexão e expressão emocional. Essa continuidade é essencial para evitar recaídas emocionais e promover equilíbrio.

    5. Transformando o “Vazio” em Potencial
    Ao invés de enxergar um espaço vazio, podemos perceber um terreno fértil para o autocuidado e o crescimento. Com o trabalho contínuo, o suposto vazio se transforma em uma fonte de resiliência e melhoria da qualidade de vida.

    6. Prevenção de Ressentimentos
    Sentimentos ignorados podem se transformar em ressentimentos ao longo do tempo. A atenção constante a esses sentimentos é vital para evitar esse acúmulo, criando, em vez disso, uma sensação de paz e equilíbrio emocional.


    Conclusão: O Vazio Como Uma Jornada de Descoberta

    Ao final desse processo, percebemos que o vazio que antes parecia assustador não é um espaço oco, mas sim uma etapa essencial de autodescoberta. Ele nos convida a enfrentar nossos sentimentos, transformar dores em aprendizados e utilizar essas experiências como alicerces para um futuro mais consciente e sereno.

    O vazio deixa de ser um obstáculo e se torna uma oportunidade: um convite para olhar para dentro, identificar nossas emoções e trilhar um caminho de autoconhecimento e realização.

    Alcinir Pessanha – Terapeuta em dependência química

    Formando em psicologia