Categoria: matérias

  • Gene Simmons: Um Exemplo de Sobriedade no Rock ‘n’ Roll

    Gene Simmons: Um Exemplo de Sobriedade no Rock ‘n’ Roll

    No universo do rock, onde o estilo de vida exagerado muitas vezes se mistura com o abuso de substâncias, a história de Gene Simmons, o lendário baixista e vocalista da banda Kiss, se destaca como um exemplo de sobriedade e disciplina. Simmons, que construiu uma das marcas mais reconhecidas da música, sempre se posicionou contra o uso de drogas e álcool, um fato que chama a atenção em um meio onde esses elementos são tão comuns.

    Influências de Vida e Lições de Superação

    A decisão de Simmons de evitar substâncias teve suas raízes em sua história familiar. Sua mãe, Florence Klein, era uma sobrevivente do Holocausto, um evento marcado por traumas e privações. Crescer com os relatos de luta e resiliência de sua mãe deu a Gene uma compreensão profunda sobre como as escolhas de vida podem impactar drasticamente o futuro.

    Essa perspectiva não apenas moldou seu caráter, mas também influenciou sua abordagem à vida. Simmons entendeu que o controle sobre as próprias escolhas era essencial para superar os desafios e criar uma carreira sólida, especialmente em um meio repleto de distrações.

    O baixista do Kiss, Gene Simmons – Londres, na Inglaterra –  (Jim Dyson/Getty Images)

    Sobriedade como Estratégia de Sucesso

    Simmons não via apenas a sobriedade como uma questão de princípio pessoal, mas também como uma estratégia para o sucesso. Ele frequentemente destacava que o uso de drogas e álcool poderia comprometer sua saúde, sua capacidade de tomar decisões e, consequentemente, a sustentabilidade da marca Kiss.

    O Kiss, conhecido por seus shows grandiosos e marketing inovador, foi moldado por um Gene Simmons focado e disciplinado. Ao evitar substâncias que poderiam nublar seu julgamento, ele conseguiu construir e gerenciar com precisão a imagem e o legado da banda, além de inspirar milhões de fãs ao redor do mundo.

    Um Exemplo para os Fãs e a Indústria

    Gene Simmons sempre fez questão de ser um exemplo positivo para seus fãs. Ele provou que é possível ser um ícone do rock sem ceder aos estereótipos de excessos. Sua história mostra que sucesso e rebeldia não precisam estar atrelados ao abuso de substâncias, mas podem ser alicerçados em disciplina, foco e uma compreensão clara de objetivos.

    Impacto na Comunidade Terapêutica

    Histórias como a de Simmons têm grande valor na prevenção ao uso de drogas e no incentivo à sobriedade, especialmente entre jovens influenciados por figuras públicas. Ao compartilhar sua postura firme contra o uso de drogas, Simmons contribui para a conscientização sobre os riscos associados a essas substâncias e inspira outras pessoas a priorizarem escolhas saudáveis.

    Conclusão

    Gene Simmons é uma prova viva de que disciplina e autocontrole podem coexistir com a criatividade e a energia do rock ‘n’ roll. Sua história não apenas ressalta a importância de escolhas conscientes, mas também demonstra que é possível ser autêntico e bem-sucedido sem se render a pressões externas.


    Fontes:

    1. Lendário baixista do Kiss compartilha sua postura contra drogas. Disponível em: Loudwire
    2. Entrevista com Gene Simmons sobre sobriedade. Disponível em: Rolling Stone
    3. História de Florence Klein. Disponível em: Biography
    4. Impacto do abuso de substâncias na indústria da música. Disponível em: National Institute on Drug Abuse

  • O que a ansiedade pode causar no corpo?

    O que a ansiedade pode causar no corpo?

    A ansiedade excessiva e persistente pode provocar uma série de sintomas físicos que afetam a rotina e prejudicam a qualidade de vida. Embora a ansiedade seja uma resposta natural do organismo a situações desafiadoras ou perigosas, quando se torna exagerada e recorrente, pode indicar um transtorno que exige acompanhamento médico e, em alguns casos, tratamento com medicação.

    O que é ansiedade?

    Ansiedade é a preocupação constante ou exagerada com situações do dia a dia ou eventos específicos. Em sua forma saudável, funciona como um mecanismo de defesa, ajudando o corpo a lidar com situações estressantes ou desafiadoras. No entanto, quando ultrapassa esses limites, ela pode interferir na rotina e comprometer o bem-estar físico e emocional.

    Principais transtornos de ansiedade

    Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com características específicas. Confira os mais comuns:

    • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Preocupação excessiva e constante que dura pelo menos seis meses, dificultando o controle da ansiedade e impactando na rotina.
    • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que geram sofrimento e interferem no dia a dia.
    • Fobia Social: Ansiedade em interações sociais, com medo de julgamentos, humilhações ou constrangimentos.
    • Transtorno do Pânico: Crises intensas de medo, acompanhadas de sintomas físicos como taquicardia, falta de ar e sudorese.
    • Agorafobia: Medo de situações ou lugares onde a pessoa se sinta vulnerável ou sem ajuda, levando, muitas vezes, ao isolamento.

    Sintomas físicos da ansiedade

    A ansiedade pode desencadear diversos sintomas físicos, entre eles:

    1. Tontura e náusea: Alterações no equilíbrio e na respiração, além de liberação de adrenalina, podem causar tonturas e enjoos.
    2. Desconforto abdominal e diarreia: O aumento do cortisol pode alterar o funcionamento intestinal, provocando dores e diarreia.
    3. Dor e aperto no peito: Tensão muscular e respiração acelerada podem causar dores no peito, simulando problemas cardíacos.
    4. Ondas de calor ou calafrios: Respostas do sistema nervoso simpático podem gerar calor excessivo, suor ou calafrios.
    5. Coração acelerado: A liberação de adrenalina aumenta os batimentos cardíacos, provocando taquicardia.
    6. Falta de ar: Respirações rápidas e superficiais dificultam a oxigenação, causando sensação de sufocamento.

    Crises de ansiedade: o que fazer?

    Durante uma crise de ansiedade, é importante que a pessoa seja acolhida e se sinta segura. Validar o sofrimento do outro e oferecer ajuda são atitudes fundamentais. Técnicas de respiração, meditação e relaxamento podem ajudar a aliviar os sintomas.

    A prevenção, no entanto, está relacionada a uma rotina equilibrada. Reconhecer os gatilhos da ansiedade, reservar momentos para lazer, manter um sono adequado e praticar atividades físicas são práticas essenciais para melhorar a saúde mental.


    Quando buscar ajuda médica?

    Alguns sinais indicam que é hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra:

    • Sintomas físicos frequentes e significativos;
    • Dificuldade em realizar atividades do dia a dia;
    • Isolamento social ou incapacidade de sair de casa;
    • Impacto na saúde, como insônia, alterações no apetite ou pressão alta;
    • Pensamentos negativos persistentes.

    A terapia ajuda a lidar com as emoções e a encontrar estratégias para enfrentar a ansiedade. O uso de medicamentos, quando necessário, deve ser associado a outras práticas terapêuticas para alcançar resultados mais eficazes.

    Conclusão

    A ansiedade, quando em excesso, afeta não apenas a mente, mas também o corpo. Reconhecer os sinais e buscar ajuda especializada é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida. Consultas online com psicólogos podem ser uma alternativa acessível e prática para quem busca orientação e tratamento.

    Quer saber mais?

    Agende uma consulta com um psicólogo e descubra como lidar melhor com a ansiedade e seus sintomas. Cuide de sua saúde mental!

    Bernadette Barbosa - Psicóloga - CRP 21/01300
    Bernadette Barbosa – Psicóloga – CRP 21/01300

    Acesse nosso site e fale com Bernadette

  • O Vazio: Um Olhar Profundo Sobre a Jornada de Recuperação

    O Vazio: Um Olhar Profundo Sobre a Jornada de Recuperação

    Na literatura sobre recuperação, há uma menção frequente a um “vazio” que surge com a retirada das drogas. Esse vazio seria algo a ser preenchido, comumente relacionado ao segundo passo de muitos programas de recuperação. A interpretação inicial é que buscamos preencher esse espaço com substâncias psicoativas. Porém, uma reflexão mais profunda nos leva a questionar: será que esse vazio realmente existe?

    O Vazio Inexistente: Uma Nova Perspectiva

    O que chamamos de vazio, na verdade, pode ser descrito como sentimentos e pensamentos não identificados. Durante o uso de substâncias, tentamos anestesiar dores e desconfortos que não conseguíamos nomear devido à falta de conhecimento emocional e discernimento. No entanto, esses mesmos sentimentos continuam presentes mesmo após o início da recuperação.

    É no processo de autoconhecimento, por meio da prática e da vivência em programas de recuperação, que aprendemos a identificar e nomear essas emoções. Ferramentas como a escrita e a reflexão ajudam a dar forma e significado a essas experiências internas, transformando o que antes era percebido como um vazio em algo concreto e passível de ser trabalhado.


    Transformando Sentimentos em Ferramentas de Crescimento

    1. Identificação dos Sentimentos
    O primeiro passo para superar o “vazio” é reconhecer os sentimentos mascarados pelas drogas. Muitas vezes, emoções como tristeza, raiva ou medo eram ignoradas, criando um ciclo de sofrimento. A escrita se mostra uma ferramenta poderosa para explorar e expressar essas emoções de forma consciente.

    2. Autoconhecimento
    Ao longo do tempo, o autoconhecimento permite identificar padrões de comportamento e compreender reações emocionais. Reconhecer esses padrões transforma o desconforto inicial em uma oportunidade de crescimento pessoal.

    3. Nomeação e Validação
    Dar nomes aos sentimentos é fundamental. Nomear é desmistificar, e desmistificar é a chave para enfrentar a dor com clareza. Quando conseguimos identificar o que sentimos, abrimos espaço para abordá-lo de maneira mais estruturada e produtiva.

    4. Trabalho Contínuo
    O processo de recuperação não é estático. Ele exige dedicação diária, abertura para mudanças e o cultivo de práticas de reflexão e expressão emocional. Essa continuidade é essencial para evitar recaídas emocionais e promover equilíbrio.

    5. Transformando o “Vazio” em Potencial
    Ao invés de enxergar um espaço vazio, podemos perceber um terreno fértil para o autocuidado e o crescimento. Com o trabalho contínuo, o suposto vazio se transforma em uma fonte de resiliência e melhoria da qualidade de vida.

    6. Prevenção de Ressentimentos
    Sentimentos ignorados podem se transformar em ressentimentos ao longo do tempo. A atenção constante a esses sentimentos é vital para evitar esse acúmulo, criando, em vez disso, uma sensação de paz e equilíbrio emocional.


    Conclusão: O Vazio Como Uma Jornada de Descoberta

    Ao final desse processo, percebemos que o vazio que antes parecia assustador não é um espaço oco, mas sim uma etapa essencial de autodescoberta. Ele nos convida a enfrentar nossos sentimentos, transformar dores em aprendizados e utilizar essas experiências como alicerces para um futuro mais consciente e sereno.

    O vazio deixa de ser um obstáculo e se torna uma oportunidade: um convite para olhar para dentro, identificar nossas emoções e trilhar um caminho de autoconhecimento e realização.

    Alcinir Pessanha – Terapeuta em dependência química

    Formando em psicologia

  • Um Pouco Do Pouco Falado Em Dependência Química

    Um Pouco Do Pouco Falado Em Dependência Química

    A dependência química, tema fascinante para técnicos e leigos, mostra diversos aspectos e curiosidades pouco abordados em discussões em todos os níveis de conhecimento. Comecemos nossa conversa falando da história, controversa deste assunto.

    Um mito conhecido nos remete à época do comércio, provavelmente, no Oriente na rota da seda, em longas viagens de mercadores, que além da seda traziam especiarias de terras distantes para o consumo na Europa. Dizem que durante uma viagem, um mercador muçulmano, para seu deleite, encheu um vaso com suco de uvas para degustar em sua longa viagem. Exposto ao intenso calor e a grande duração de sua jornada, as uvas fermentaram e produziram uma bebida de sabor agradável e propriedades tônicas, que foi aprovada e comercializada pelo mercador em seu destino e em seu retorno ao lar. Havia sido descoberta a fermentação e o vinho, tão apreciado até os dias de hoje e, provavelmente, causador concomitantemente dos primeiros alcoolistas. Durante as cruzadas, os europeus temiam os assassins, grupo de guerreiros Árabes que faziam uso do haxixin, que significa consumidores de haxixe, que ao utilizar-se da erva se tornavam poderosos e violentos guerreiros. 

    Na verdade, a origem de substâncias que modificavam o humor de seus consumidores não seria exatamente esta, já que desde o advento da escrita existem relatos de mais de cinco mil anos descrevendo a fabricação de bebidas alcóolicas, além do uso de outras substâncias psicotrópicas. Isso nos sugere que, até muito antes da história escrita, o uso de drogas estupefaciantes, já era de conhecimento dos povos antigos. Portanto, o uso de substâncias químicas, pode-se dizer, nasceu com a humanidade. Se levarmos a observação mais longe, veremos que animais, como é sabido, na África consomem o fruto da maruleira, cujo teor alcoólico é de dezessete por cento com o aparente objetivo de embriagarem-se. Gatos utilizam-se da erva-de-gato ou erva-gateira que produz visível efeito estimulante nos felinos reduzindo o estresse, melhorando tanto a socialização como as atividades físicas do animal. Os estudos como o de Foltin (1988) na Behavioral Pharmacology, sobre mecanismos de recompensa em macacos; Geertsen (2017) realizado com ratos mostrando efeitos neuroquímicos da cocaína na Sinapse,7; Miller (2015) publicado no jornal of Neuroscience Research, mostrando tanto mudanças na expressão gênica, como mudanças comportamentais em ratos; nos levando a crer que a dependência não consiste em um fenômeno exclusivo nos seres humanos. 

    Diversos estudos científicos demonstraram que as alterações comportamentais e neuroquímicas estão associadas a diminuição da atividade no córtex pré-frontal, tanto em humanos como em cobaias, embora noutras áreas conhecidas do cérebro, também observamos diversas alterações, como mudança de comportamento e déficit de memória. 

    Trago estes dados como estímulo e uma certa provocação para os interessados nesta área das neurociências, mostrando o quão interessante e estimulante pode ser o estudo das dependências não apenas relacionadas, como espero poder demonstrar nos textos que se seguirão a este, pois trata-se não somente do simples uso de substâncias químicas, mas também de diversos fatores culturais, pessoais e sociais envolvidos nessa patologia que podemos considerar pandêmica. Espero que além do conhecimento, eu possa ter trazido aos leitores motivos para aguçar sua curiosidade e compreender a complexidade do assunto em que hora nos debruçamos. 

    Dr. Guilherme Torres – Psiquiatra

  • A Jornada de Recuperação de Uma Adicta

    A Jornada de Recuperação de Uma Adicta

    Quando decidi pedir ajuda, há nove anos, eu não imaginava que minha vida seria completamente transformada. Nunca pensei que encontraria uma nova maneira de viver, nem que entenderia que sou apenas mais uma adicta. Descobri que a resposta para todos os meus problemas estava em um programa criado por pessoas que passaram pelas mesmas dores que eu. Com alguns passos simples, consegui sair de uma vida marcada por obsessões, compulsões e egocentrismo.

    O Início da Jornada

    No início, eu não sabia que estava doente, nem conseguia identificar onde tudo havia começado. Eu apenas me sentia diferente de tudo ao meu redor. Achava que a origem dos meus problemas estava em uma infância negligenciada, marcada por abusos e estupros até os 15 anos de idade. Mesmo assim, naquela época, ainda não tinha começado a usar drogas compulsivamente.

    Aos 18 anos, me mudei para o Rio de Janeiro e, aqui, descobri que minha mãe também era usuária. Eu não fazia ideia de que ela também era doente. Com o tempo e muita recuperação, percebi que ela nunca foi culpada por ter usado drogas comigo. Nos primeiros meses do meu processo de recuperação, sentia muita raiva e acreditava que ela era a responsável por eu ter chegado ao fundo do poço. Foi o programa de 12 passos que me ensinou o significado do perdão e me mostrou que minha mãe também precisava de ajuda.

    Chegando ao Fundo do Poço

    Aos 28 anos, atingi o fundo do poço. Foram dez anos de justificativas, fugas geográficas, relacionamentos tóxicos e autodestruição física, mental e espiritual. Eu estava tão perdida que cogitei tirar a vida da minha filha e a minha, achando que essa era a única saída para acabar com o sofrimento.

    Mas, então, o melhor aconteceu: pedi ajuda. Me rendi, saí do ciclo vicioso e ingressei em um programa de 12 passos. Foi ali que entendi que eu não tinha culpa por estar naquela situação ou por ser uma doente. Porém, aprendi que tinha total responsabilidade pela minha recuperação.

    A Vida em Recuperação

    Felizmente, não tirei a vida da minha filha. Hoje, ela tem 14 anos, me ama e sente orgulho de mim. Minha mãe também ingressou na mesma irmandade algum tempo depois. Ela conseguiu ficar dois anos limpa antes de falecer devido a uma doença decorrente da adicção. Foi um exemplo de força e entrega.

    Hoje, estou limpa há nove anos e algumas 24 horas. Continuo frequentando os mesmos lugares onde encontrei a recuperação, praticando o programa de 12 passos diariamente. Sou grata, sou feliz e vivo em eterna vigilância.

    Levo essa mensagem para outros adictos, sou produtiva e sou uma mãe que minha filha admira. Não sinto mais vontade de tirar minha vida e vivo um dia de cada vez, com a certeza de que a recuperação funciona.

    Por Que Compartilhar Essa História?

    Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, saiba que é possível sair do ciclo vicioso. A recuperação é um caminho desafiador, mas transformador. Não hesite em buscar apoio.

    Lembre-se: um dia de cada vez.

    Agradecemos imensamente à pessoa anônima por compartilhar sua história inspiradora, mostrando que a recuperação é possível e transformadora.