Alcoolismo e a Esperança
por Euzeni de Matos – Psicanalista Clínica e Psicopedagoga.
O alcoolismo é uma jornada sombria, um labirinto onde a busca por alívio se transforma em prisão. No início, o álcool pode parecer um amigo, um confidente que silencia as dores da alma. Mas, como um vampiro sedutor, ele suga a vitalidade, a alegria, a própria essência de quem se entrega a ele.
A cada gole, um véu se ergue, distorcendo a realidade, anestesiando a consciência. Aos poucos, o controle escorre pelos dedos, a liberdade se esvai, e o indivíduo se torna prisioneiro de um ciclo vicioso. A dependência se instala, tecendo teias invisíveis que aprisionam o corpo e a mente.
O alcoolismo não escolhe vítimas. Ele se infiltra em lares, destrói famílias, corrói relacionamentos. A dor se espalha como uma sombra, atingindo aqueles que amam e se preocupam. A impotência, a angústia e a culpa se tornam companheiras constantes.
Mas, em meio à escuridão, há um fio de esperança. A recuperação é possível, um caminho árduo, mas libertador. Exige coragem para enfrentar os demônios internos, para reconhecer a vulnerabilidade e buscar ajuda. O apoio de profissionais, amigos e familiares é essencial nessa jornada de renascimento.
A sobriedade não é apenas a ausência do álcool, mas a redescoberta de si mesmo, a reconstrução da vida. É um processo de cura, de aprendizado, de crescimento. A cada dia, a luz da esperança se torna mais forte, dissipando as sombras do passado.
O alcoolismo é uma doença, não uma fraqueza. É uma batalha que exige força, resiliência e compaixão. Que possamos estender a mão àqueles que lutam contra essa doença, oferecendo apoio, compreensão e esperança.