Categoria: tratamento

  • Plano de Prevenção à Recaída (PPR)

    Plano de Prevenção à Recaída (PPR)

    Plano de Prevenção à Recaída (PPR)

    Autor: Tarcísio Gonçalves Júnior – Assistente Social e Terapeuta Conselheiro

    A recaída é um dos maiores desafios no processo de recuperação, podendo ser influenciada por fatores internos e externos. O Plano de Prevenção à Recaída (PPR) tem como objetivo identificar esses fatores e desenvolver estratégias que reduzam o risco de reincidência, promovendo maior segurança na caminhada da sobriedade.

    Síndrome da Recaída

    A síndrome da recaída caracteriza-se por um conjunto de disfunções que afetam diferentes áreas da vida do indivíduo. Compreender esses sinais é essencial para elaborar intervenções eficazes.

    Disfunções Internas

    Danos nos pensamentos: distorções cognitivas que geram uma visão negativa de si e dos outros, favorecendo sentimentos de incapacidade.

    Danos nas emoções: dificuldade em regular emoções como ansiedade, tristeza e irritabilidade, podendo desencadear comportamentos autodestrutivos.

    Problemas de memória: esquecimento de experiências negativas relacionadas ao uso, levando à repetição de erros.

    Estresse elevado: níveis altos de tensão aumentam a vulnerabilidade ao retorno do uso.

    Problemas de sono: insônia ou sono irregular comprometem o equilíbrio emocional e a tomada de decisões.

    Alterações de coordenação: dificuldades motoras que podem impactar o autocuidado e atividades do dia a dia.

    Disfunções Externas

    Retorno à negação: ignorar sinais de alerta e minimizar riscos favorece a recaída.

    Fragilidade nas defesas: barreiras emocionais e sociais reduzem a motivação para manter a sobriedade.

    Construção da crise: ausência de estratégias diante de situações de risco aumenta a probabilidade de recaída.

    Imobilização: a inatividade gera estagnação, desânimo e isolamento.

    Confusão e falta de clareza: dificuldade em identificar soluções eficazes frente aos desafios.

    Perda de Controle

    O reconhecimento da perda de controle é um ponto crítico. A depressão, a redução das opções percebidas e episódios de recaída exigem atenção contínua e suporte estruturado.

    O PPR deve, portanto, incluir estratégias práticas como:

    desenvolvimento de habilidades de enfrentamento,

    criação de rotinas saudáveis,

    fortalecimento da rede de apoio,

    acompanhamento terapêutico constante.

    Esses recursos oferecem ao indivíduo caminhos seguros para sustentar sua recuperação e prevenir recaídas.

    Conheça o trabalho de Tarcísio Gançalves Júnior

    Acesse: terapeutaconeta

  • Dependência Emocional

    Dependência Emocional

    Dependência Emocional

    Muitos terapeutas, até preparados, falam sobre este assunto tentando dar sentido a esse fenômeno psíquico, (preferi o termo fenômeno pois como este não consta como doença ou transtorno no Código Internacional de doenças (CID 10}, nem como doença ou transtorno, achei mais adequado.

    A grande questão sobre esse e diversos assuntos abordados por “especialistas” compreende um fenômeno, comum no cotidiano humano, particularmente na psiquiatria e áreas afins. Trata-se do Efeito Dunning-Kruger, que corresponde à sensação de achar que se sabe mais sobre um assunto do que realmente sabe. Na medicina é muito comum as pessoas discorrerem sobre alguma patologia sem a compreensão da anatomia, fisiologia e bioquímica do assunto em questão. Na psiquiatria esse efeito ocorre facilmente a medida que as bases científicas, em grande parte das situações mostra-se difícil de comprovação e, os profissionais, se limitam aos manuais estatísticos e classificatórios, deixando de lado cientistas que se voltaram à observação clínica fundamental em nossa área.

    Quantos se preocupam com os estudos de com os estudos de Arminda Aberastury, Melanie Klein e Sophie Morgenstern que foram fundamentais no estudo da infância, que deram inicio à compreensão do desenvolvimento humano dede a mais tenra idade, que foram que são imprescindíveis no estudo de patologias mentais, tão grandiosos como as avaliações genéticas, químicas e epigenéticas, sobre os conhecimentos nos debruçamos com intensa avidez. Como descartar a célebre frase de Donald Winnicott, “o primeiro espelho da criatura humana é o rosto da mãe”, que descreve a importância fundamental da mãe ou equivalente no desenvolvimento da identidade do ser humano, exultando a identificação especular formadora do nosso aparelho psíquico.

    As vivências de uma vida influenciam e reforçam as características apresentadas pelo dependente emocional, como: situações de invalidação, negligência, abandono, desvalorização, relações abusivas que começam na infância pelos cuidadores e posteriormente em relações construídas ao longo da vida e a consolidação de uma ideia de incapacidade que pode estar relacionada a familiares invasivos e superprotetores ou pessoas que se fazem indispensáveis e insubstituíveis na vida destas pessoas, levando a sensações de insuficiência, criando crenças de incapacidade e medo diante da vida.

    Fatores individuais podem representar um caráter de personalidade e de alguma forma nos fazem pensar em fatores genéticos. Incluem traços neurotizantes, baixa resistência ao estresse e a situações de rejeição e angústia de separação. Fatores esses ligados, possivelmente a fatores genéticos, já que se apresentam 30 a 50 % mais frequentes em gêmeos idênticos.

    São citados, frequentemente, quatro pilares psicológicos presentes nesse fenômeno psíquico que serviriam como base para a identificação dos indivíduos predispostos a apresentar essas características. A baixa autoestima levando a autoanulação; o medo da solidão e abandono; carência afetiva e padrões de insegurança ou apego excessivo. Estes “pilares” foram abordados durante nossa breve discussão.

    Podemos concluir que este tema está longe de ser totalmente esclarecido, necessitando uma abordagem criteriosa e aprofundada de seus fatores, para além de um conhecimento mais sólido, a estruturação de uma abordagem eficaz no auxílio dos que sofrem com essa estrutura psíquica.

    Autor : Dr. Guilherme Torres Psiquiatra CRM 52-50467-3

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/61

  • O impacto do uso abusivo de drogas no ambiente familiar

    O impacto do uso abusivo de drogas no ambiente familiar

    O impacto do uso abusivo de drogas no ambiente familiar

    Autora : Karol Alburquerque , Psicologa

    O uso abusivo de drogas não afeta apenas quem consome a substância — ele reverbera em toda a família. Muitas vezes, os familiares vivem em silêncio, sentindo medo, culpa e frustração, sem saber como lidar com a situação.

    Este artigo tem como objetivo trazer informação, acolhimento e reflexão, mostrando como a dependência química impacta os vínculos familiares e quais caminhos podem ser buscados para a recuperação e o fortalecimento das relações.


    Como a dependência química impacta a família

    Quando uma pessoa passa a usar drogas de forma abusiva, toda a rotina familiar se reorganiza ao redor dessa situação. Entre os efeitos mais comuns estão:

    • Codependência: familiares passam a viver em função do dependente, tentando controlar ou compensar seus comportamentos.
    • Comunicação prejudicada: sentimentos de medo, raiva ou vergonha podem dificultar o diálogo, gerando conflitos ou silêncios dolorosos.
    • Abalo da confiança: mentiras, promessas quebradas e comportamentos impulsivos desgastam vínculos afetivos.
    • Isolamento social: a família muitas vezes se afasta de amigos e redes de apoio, vivendo o sofrimento em segredo.

    👉 É fundamental reconhecer: o sofrimento é coletivo, e não apenas do indivíduo que usa a substância.


    Um olhar ampliado sobre a dependência química

    Para compreender a dependência química, é necessário observar toda a rede de relações em que o indivíduo está inserido. A família não é apenas coadjuvante: ela participa da cena, com suas próprias dores, medos e estratégias de enfrentamento.

    Essa perspectiva favorece:

    • A redução da culpa excessiva.
    • O reconhecimento das necessidades legítimas de cada membro da família.
    • A abertura para novas formas de se relacionar e lidar com o sofrimento.

    Caminhos de cuidado e recuperação

    Pesquisas científicas mostram que o tratamento é mais efetivo quando envolve a família. Alguns recursos disponíveis incluem:

    • Grupos de apoio: como Al-Anon e Amor-Exigente, que oferecem suporte emocional e estratégias práticas.
    • Psicoterapia individual e familiar: auxilia no manejo das emoções, no fortalecimento dos vínculos e na criação de limites saudáveis.
    • Programas de prevenção à recaída: promovem consciência sobre os gatilhos e fortalecem a autonomia do dependente.

    Além disso, pequenas ações do dia a dia podem gerar grandes mudanças:

    • Estabelecer horários regulares para refeições e atividades familiares.
    • Incentivar momentos de diálogo aberto e sem julgamentos.
    • Reservar tempo para o autocuidado de cada membro da família.

    Conclusão

    O uso abusivo de drogas transforma vidas e relações. Reconhecer esse impacto é o primeiro passo para buscar ajuda e reestruturar os vínculos familiares.

    Cada membro da família tem potencial de transformação: ao olhar para si e para sua forma de se relacionar, é possível criar caminhos mais saudáveis e um cotidiano mais leve.

    👉 Você não precisa enfrentar isso sozinho(a). Buscar ajuda profissional, participar de grupos de apoio e investir em autoconhecimento pode ser o início de uma mudança profunda — tanto para o dependente quanto para a família.


    Referências

    • American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Artmed.
    • Organização Mundial da Saúde (OMS). (2019). Global status report on alcohol and health. WHO.
    • United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). (2023). World Drug Report 2023. United Nations publication.
    • Zimberg, S. (2010). Dependência Química: um estudo sobre família e tratamento. Casa do Psicólogo.

    Autora : Psicologa Karol Albuquerque CRP: 17/6027

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/97

  • Pornografia: Alívio ou Prazer?

    Pornografia: Alívio ou Prazer?

    Pornografia: Alívio ou Prazer?

    Não é de agora que o consumo de pornografia vem despertando interesse e preocupação entre psicólogos, pesquisadores e profissionais da saúde.
    O fácil acesso proporcionado pela internet — onde, em apenas alguns segundos, uma infinidade de conteúdos sexuais surge diante de quem procura — transformou a pornografia em uma temática cada vez mais presente na vida contemporânea.
    Se, por um lado, o recurso parece oferecer prazer imediato e acessível, por outro, levanta questionamentos importantes: o que realmente diferencia o prazer autêntico de um simples alívio biológico? Até que ponto a experiência exibida na tela corresponde a uma vivência relacional, ou não passa de um teatro cuidadosamente produzido?
    O alívio, reduz-se a uma descarga mecânica e repetitiva, que pode satisfazer o corpo momentaneamente, mas deixa a subjetividade em falta. O prazer, ao contrário, implica desejo, vínculo e encontro com o Outro — dimensões que a pornografia imita, mas não substitui.
    O retorno constante a esses conteúdos pode estar associado a diferentes fatores: mecanismos de fuga, tentativas de regulação emocional ou até mesmo o desejo de controle diante de inseguranças internas.
    É importante, porém, não encarar o tema de forma moralista ou demonizadora. O fundamental é observar os impactos desse consumo na vida cotidiana: quando passa a interferir nos relacionamentos, no bem-estar emocional ou nas atividades diárias, pode ser um sinal de alerta.
    Nesse caso, buscar apoio terapêutico pode ser essencial. Não se trata de corrigir um comportamento isolado, mas de compreender o que esse hábito revela sobre o sujeito e seu percurso de vida.
    Em outras palavras, mais do que condenar ou banalizar o uso da pornografia, o desafio está em distinguir entre o prazer verdadeiro, que envolve vínculo e subjetividade, e o simples alívio passageiro, que deixa um vazio após a descarga.
    Com afeto

    Autor : Psicologo Luiz Miguel

    CRP: 06/215904|

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/86

  • Você tem NOMOFOBIA?

    Você tem NOMOFOBIA?

    Você tem NOMOFOBIA?

    Você tem Nomofobia? Descubra os Sintomas e Como Prevenir

    A palavra pode soar estranha, mas nomofobia já é considerada por muitos pesquisadores como o vício mais comum do século 21.

    Com o avanço da tecnologia, o celular deixou de ser apenas um meio de comunicação para se tornar parte essencial da vida moderna. Mas até que ponto essa dependência é saudável?


    O que é Nomofobia?

    O termo vem da expressão britânica “no-mobile-phone-phobia” e foi usado pela primeira vez em estudos psicológicos realizados no Reino Unido em 2008. A pesquisa analisava o impacto do celular nos níveis de estresse das pessoas.

    A nomofobia é caracterizada pelo medo de ficar sem o aparelho celular, sem sinal de internet ou até mesmo sem bateria.


    Nomofobia é uma Doença?

    Embora ainda não esteja oficialmente incluída nos manuais de diagnóstico psiquiátrico, a nomofobia já preocupa profissionais da saúde.
    Nos consultórios, é cada vez maior o número de pacientes relatando ansiedade, compulsão e prejuízos físicos e sociais relacionados ao uso excessivo do celular.


    Sintomas da Nomofobia

    Alguns sinais que podem indicar a presença do transtorno:

    • Ansiedade ao ficar sem o celular.
    • Medo de ficar sem bateria ou sem internet.
    • Diminuição do rendimento escolar ou profissional.
    • Irritação ou estresse em ambientes sem conexão.
    • Uso compulsivo do celular em situações inadequadas, como ao dirigir, comer ou até mesmo no banheiro.

    Em muitos casos, os sintomas estão associados a transtornos como fobia social, agorafobia, transtorno de pânico ou depressão.


    Quais são os Riscos da Nomofobia?

    A dependência do celular pode gerar consequências sérias, como:

    • Aumento da ansiedade.
    • Prejuízos físicos, como lesões motoras.
    • Crescimento no número de acidentes de trânsito.
    • Impactos negativos nas relações sociais e familiares.

    Como Prevenir a Nomofobia?

    Para manter uma relação saudável com a tecnologia, algumas práticas podem ajudar:

    1. Questione-se sobre a real necessidade de usar o celular.
    2. Faça refeições sem o aparelho ao lado.
    3. Inicie o dia com hábitos tranquilos no ambiente familiar.
    4. Priorize a vida social real e valorize seus amigos presenciais.
    5. Reserve um dia da semana para a higiene mental: esporte, arte, música ou hobbies — longe do celular.
    6. Dê atenção às pessoas ao seu redor, especialmente em rodas de conversa ou restaurantes.
    7. Lembre-se: informação não é sinônimo de sabedoria.

    Reflexão Final

    A nomofobia pode parecer apenas um comportamento moderno, mas quando não controlada, pode trazer sérios riscos à saúde mental, física e social.
    Por isso, vale a pena observar seus hábitos e, se necessário, buscar ajuda profissional para recuperar o equilíbrio entre a vida digital e a vida real.

    Beijos reais e virtuais para todos. Até a próxima semana!

    Autor : PsicologoFrederico Ramos Ferreira

    CRP RJ . 05.25798

    https://terapeutaconecta.com.br/terapeuta/72