Categoria: tratamento

  • A Importância da Psicoterapia no Tratamento da Dependência Química

    A Importância da Psicoterapia no Tratamento da Dependência Química

    Por Renata Carvalho, Psicóloga

    A dependência química é uma doença multifatorial caracterizada pelo uso descontrolado de uma ou mais substâncias que alteram o estado mental. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica, progressiva e potencialmente fatal, esse transtorno mental é marcado por um conjunto de sinais e sintomas relacionados ao abuso de drogas.

    O dependente químico não consegue controlar o uso de substâncias, e isso afeta diretamente sua vida psíquica, emocional, física, profissional e, consequentemente, social. Substâncias que agem no sistema nervoso central, modificando a forma de pensar, agir ou sentir, são chamadas de substâncias psicoativas.

    A Necessidade de Tratamento

    A dependência química exige tratamento especializado. Em alguns casos, pode ser necessária a internação em clínicas especializadas com equipes multidisciplinares. Outras opções incluem atendimentos ambulatoriais, hospitais-dia, grupos de mútua ajuda como Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos, além de tratamentos medicamentosos acompanhados por psiquiatras.

    Entretanto, uma ferramenta essencial e indispensável nesse processo é a psicoterapia.

    O Papel da Psicoterapia no Tratamento

    O acompanhamento psicológico é crucial em qualquer forma de tratamento para dependência química e em qualquer fase do processo. Além de ajudar a manter a estabilidade emocional do paciente, a psicoterapia oferece orientações para evitar comportamentos de risco e situações que podem levar à recaída.

    O psicólogo desempenha diversas funções nesse contexto, incluindo:

    • Acolhimento: Estabelecer vínculo e empatia com o paciente.
    • Conscientização: Ajudar o paciente a aceitar a doença e o tratamento.
    • Motivação: Estimular a vontade de recuperação e promover reflexões sobre o impacto do vício.
    • Estratégias de enfrentamento: Identificar gatilhos, prevenir recaídas e personalizar o tratamento, considerando as histórias e vulnerabilidades específicas de cada indivíduo.

    Além disso, o psicólogo ajuda o paciente a identificar suas potencialidades e oferece suporte no retorno à sociedade, orientando na criação de uma rotina saudável, que pode incluir práticas como atividade física, alimentação adequada e higiene do sono.

    Integração de Profissionais

    O trabalho psicoterapêutico frequentemente requer a integração de outros profissionais, como educadores físicos, nutricionistas e psiquiatras, especialmente quando o uso de medicação é necessário durante o tratamento.

    O Apoio à Família

    A família desempenha um papel importante no processo de recuperação, mas muitas vezes, está adoecida e co-dependente, podendo sabotar o tratamento de forma consciente ou inconsciente. Por isso, a orientação familiar é parte fundamental do trabalho de um terapeuta ou psicólogo especializado em dependência química.

    Reconstrução de Vida e Autonomia

    A psicoterapia é um apoio essencial para que o paciente consiga reconstruir sua vida. Esse processo inclui identificar e equilibrar emoções, resgatar e fortalecer a autoestima e a autoconfiança, superar crenças limitantes, e desenvolver ferramentas para lidar com impulsos e manter a sobriedade.

    De forma geral, o psicoterapeuta colabora com o paciente para construir um caminho de serenidade, qualidade de vida e uma nova forma de viver.

    Terapeuta Conecta: Conectando pessoas a profissionais qualificados para transformar vidas.

    Renata Carvalho Psicóloga e Terapeuta em dependência química

  • Alcoolismo: Entenda a Dependência e Como Superá-la

    Alcoolismo: Entenda a Dependência e Como Superá-la

    O alcoolismo é uma dependência do indivíduo ao álcool, reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O uso constante, descontrolado e progressivo compromete gravemente o funcionamento do organismo, assim como a saúde psíquica.

    Além de afetar a vida pessoal do dependente, o alcoolismo pode prejudicar profundamente seus relacionamentos com familiares, amigos e colegas de trabalho, ampliando o impacto dessa condição.


    Os Perigos do Álcool

    Embora o álcool seja amplamente aceito pela sociedade, ele oferece diversos perigos tanto para quem consome quanto para as pessoas ao seu redor. Alguns dos riscos associados ao consumo abusivo incluem:

    • Comportamentos antissociais
    • Violência doméstica
    • Rupturas de relacionamento
    • Problemas no trabalho

    Fatores Associados ao Alcoolismo

    Além da predisposição genética, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da dependência, como:

    • Ansiedade, angústia e insegurança: Questões emocionais que levam ao consumo como forma de alívio.
    • Fácil acesso ao álcool: A disponibilidade e a normalização cultural podem influenciar o uso.
    • Pressão social: Eventos e reuniões onde o álcool é oferecido, especialmente na adolescência, podem ser um ponto de partida para o consumo excessivo.

    Os Primeiros Efeitos do Álcool

    O consumo de álcool pode causar inicialmente sensações de euforia e desinibição. É comum que o uso inicie durante a adolescência, quando encontros sociais tornam o consumo de bebidas alcoólicas mais frequente. Contudo, essa prática pode evoluir para um padrão de dependência ao longo do tempo.


    É Possível Deixar o Álcool? Sim!

    O primeiro passo para superar o alcoolismo é reconhecer a frequência do consumo e os impactos que ele traz à vida. Caso não consiga parar sozinho, não tenha vergonha de buscar ajuda profissional.

    A terapia é uma poderosa aliada nesse processo. Ela pode ajudar a identificar as causas que levaram ao consumo excessivo e promover o autoconhecimento, essencial para fortalecer a capacidade de superar a dependência.


    Busque Ajuda: Um Novo Caminho Está ao Seu Alcance

    Superar o alcoolismo exige dedicação, mas é totalmente possível com o suporte certo. Seja por meio de terapia individual, grupos de apoio ou acompanhamento médico, cada passo dado na direção da recuperação é uma vitória.

    Se você ou alguém próximo precisa de ajuda, entre em contato com. Euzeni de Matos

    Euzeni de Matos
    Psicopedagoga, Neuropsicopedagoga e Psicanalista Clínica, Terapeuta em Dependências Químicas

  • O que a ansiedade pode causar no corpo?

    O que a ansiedade pode causar no corpo?

    A ansiedade excessiva e persistente pode provocar uma série de sintomas físicos que afetam a rotina e prejudicam a qualidade de vida. Embora a ansiedade seja uma resposta natural do organismo a situações desafiadoras ou perigosas, quando se torna exagerada e recorrente, pode indicar um transtorno que exige acompanhamento médico e, em alguns casos, tratamento com medicação.

    O que é ansiedade?

    Ansiedade é a preocupação constante ou exagerada com situações do dia a dia ou eventos específicos. Em sua forma saudável, funciona como um mecanismo de defesa, ajudando o corpo a lidar com situações estressantes ou desafiadoras. No entanto, quando ultrapassa esses limites, ela pode interferir na rotina e comprometer o bem-estar físico e emocional.

    Principais transtornos de ansiedade

    Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com características específicas. Confira os mais comuns:

    • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Preocupação excessiva e constante que dura pelo menos seis meses, dificultando o controle da ansiedade e impactando na rotina.
    • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Caracterizado por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que geram sofrimento e interferem no dia a dia.
    • Fobia Social: Ansiedade em interações sociais, com medo de julgamentos, humilhações ou constrangimentos.
    • Transtorno do Pânico: Crises intensas de medo, acompanhadas de sintomas físicos como taquicardia, falta de ar e sudorese.
    • Agorafobia: Medo de situações ou lugares onde a pessoa se sinta vulnerável ou sem ajuda, levando, muitas vezes, ao isolamento.

    Sintomas físicos da ansiedade

    A ansiedade pode desencadear diversos sintomas físicos, entre eles:

    1. Tontura e náusea: Alterações no equilíbrio e na respiração, além de liberação de adrenalina, podem causar tonturas e enjoos.
    2. Desconforto abdominal e diarreia: O aumento do cortisol pode alterar o funcionamento intestinal, provocando dores e diarreia.
    3. Dor e aperto no peito: Tensão muscular e respiração acelerada podem causar dores no peito, simulando problemas cardíacos.
    4. Ondas de calor ou calafrios: Respostas do sistema nervoso simpático podem gerar calor excessivo, suor ou calafrios.
    5. Coração acelerado: A liberação de adrenalina aumenta os batimentos cardíacos, provocando taquicardia.
    6. Falta de ar: Respirações rápidas e superficiais dificultam a oxigenação, causando sensação de sufocamento.

    Crises de ansiedade: o que fazer?

    Durante uma crise de ansiedade, é importante que a pessoa seja acolhida e se sinta segura. Validar o sofrimento do outro e oferecer ajuda são atitudes fundamentais. Técnicas de respiração, meditação e relaxamento podem ajudar a aliviar os sintomas.

    A prevenção, no entanto, está relacionada a uma rotina equilibrada. Reconhecer os gatilhos da ansiedade, reservar momentos para lazer, manter um sono adequado e praticar atividades físicas são práticas essenciais para melhorar a saúde mental.


    Quando buscar ajuda médica?

    Alguns sinais indicam que é hora de procurar um psicólogo ou psiquiatra:

    • Sintomas físicos frequentes e significativos;
    • Dificuldade em realizar atividades do dia a dia;
    • Isolamento social ou incapacidade de sair de casa;
    • Impacto na saúde, como insônia, alterações no apetite ou pressão alta;
    • Pensamentos negativos persistentes.

    A terapia ajuda a lidar com as emoções e a encontrar estratégias para enfrentar a ansiedade. O uso de medicamentos, quando necessário, deve ser associado a outras práticas terapêuticas para alcançar resultados mais eficazes.

    Conclusão

    A ansiedade, quando em excesso, afeta não apenas a mente, mas também o corpo. Reconhecer os sinais e buscar ajuda especializada é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida. Consultas online com psicólogos podem ser uma alternativa acessível e prática para quem busca orientação e tratamento.

    Quer saber mais?

    Agende uma consulta com um psicólogo e descubra como lidar melhor com a ansiedade e seus sintomas. Cuide de sua saúde mental!

    Bernadette Barbosa - Psicóloga - CRP 21/01300
    Bernadette Barbosa – Psicóloga – CRP 21/01300

    Acesse nosso site e fale com Bernadette

  • O Vazio: Um Olhar Profundo Sobre a Jornada de Recuperação

    O Vazio: Um Olhar Profundo Sobre a Jornada de Recuperação

    Na literatura sobre recuperação, há uma menção frequente a um “vazio” que surge com a retirada das drogas. Esse vazio seria algo a ser preenchido, comumente relacionado ao segundo passo de muitos programas de recuperação. A interpretação inicial é que buscamos preencher esse espaço com substâncias psicoativas. Porém, uma reflexão mais profunda nos leva a questionar: será que esse vazio realmente existe?

    O Vazio Inexistente: Uma Nova Perspectiva

    O que chamamos de vazio, na verdade, pode ser descrito como sentimentos e pensamentos não identificados. Durante o uso de substâncias, tentamos anestesiar dores e desconfortos que não conseguíamos nomear devido à falta de conhecimento emocional e discernimento. No entanto, esses mesmos sentimentos continuam presentes mesmo após o início da recuperação.

    É no processo de autoconhecimento, por meio da prática e da vivência em programas de recuperação, que aprendemos a identificar e nomear essas emoções. Ferramentas como a escrita e a reflexão ajudam a dar forma e significado a essas experiências internas, transformando o que antes era percebido como um vazio em algo concreto e passível de ser trabalhado.


    Transformando Sentimentos em Ferramentas de Crescimento

    1. Identificação dos Sentimentos
    O primeiro passo para superar o “vazio” é reconhecer os sentimentos mascarados pelas drogas. Muitas vezes, emoções como tristeza, raiva ou medo eram ignoradas, criando um ciclo de sofrimento. A escrita se mostra uma ferramenta poderosa para explorar e expressar essas emoções de forma consciente.

    2. Autoconhecimento
    Ao longo do tempo, o autoconhecimento permite identificar padrões de comportamento e compreender reações emocionais. Reconhecer esses padrões transforma o desconforto inicial em uma oportunidade de crescimento pessoal.

    3. Nomeação e Validação
    Dar nomes aos sentimentos é fundamental. Nomear é desmistificar, e desmistificar é a chave para enfrentar a dor com clareza. Quando conseguimos identificar o que sentimos, abrimos espaço para abordá-lo de maneira mais estruturada e produtiva.

    4. Trabalho Contínuo
    O processo de recuperação não é estático. Ele exige dedicação diária, abertura para mudanças e o cultivo de práticas de reflexão e expressão emocional. Essa continuidade é essencial para evitar recaídas emocionais e promover equilíbrio.

    5. Transformando o “Vazio” em Potencial
    Ao invés de enxergar um espaço vazio, podemos perceber um terreno fértil para o autocuidado e o crescimento. Com o trabalho contínuo, o suposto vazio se transforma em uma fonte de resiliência e melhoria da qualidade de vida.

    6. Prevenção de Ressentimentos
    Sentimentos ignorados podem se transformar em ressentimentos ao longo do tempo. A atenção constante a esses sentimentos é vital para evitar esse acúmulo, criando, em vez disso, uma sensação de paz e equilíbrio emocional.


    Conclusão: O Vazio Como Uma Jornada de Descoberta

    Ao final desse processo, percebemos que o vazio que antes parecia assustador não é um espaço oco, mas sim uma etapa essencial de autodescoberta. Ele nos convida a enfrentar nossos sentimentos, transformar dores em aprendizados e utilizar essas experiências como alicerces para um futuro mais consciente e sereno.

    O vazio deixa de ser um obstáculo e se torna uma oportunidade: um convite para olhar para dentro, identificar nossas emoções e trilhar um caminho de autoconhecimento e realização.

    Alcinir Pessanha – Terapeuta em dependência química

    Formando em psicologia

  • A Jornada de Recuperação de Uma Adicta

    A Jornada de Recuperação de Uma Adicta

    Quando decidi pedir ajuda, há nove anos, eu não imaginava que minha vida seria completamente transformada. Nunca pensei que encontraria uma nova maneira de viver, nem que entenderia que sou apenas mais uma adicta. Descobri que a resposta para todos os meus problemas estava em um programa criado por pessoas que passaram pelas mesmas dores que eu. Com alguns passos simples, consegui sair de uma vida marcada por obsessões, compulsões e egocentrismo.

    O Início da Jornada

    No início, eu não sabia que estava doente, nem conseguia identificar onde tudo havia começado. Eu apenas me sentia diferente de tudo ao meu redor. Achava que a origem dos meus problemas estava em uma infância negligenciada, marcada por abusos e estupros até os 15 anos de idade. Mesmo assim, naquela época, ainda não tinha começado a usar drogas compulsivamente.

    Aos 18 anos, me mudei para o Rio de Janeiro e, aqui, descobri que minha mãe também era usuária. Eu não fazia ideia de que ela também era doente. Com o tempo e muita recuperação, percebi que ela nunca foi culpada por ter usado drogas comigo. Nos primeiros meses do meu processo de recuperação, sentia muita raiva e acreditava que ela era a responsável por eu ter chegado ao fundo do poço. Foi o programa de 12 passos que me ensinou o significado do perdão e me mostrou que minha mãe também precisava de ajuda.

    Chegando ao Fundo do Poço

    Aos 28 anos, atingi o fundo do poço. Foram dez anos de justificativas, fugas geográficas, relacionamentos tóxicos e autodestruição física, mental e espiritual. Eu estava tão perdida que cogitei tirar a vida da minha filha e a minha, achando que essa era a única saída para acabar com o sofrimento.

    Mas, então, o melhor aconteceu: pedi ajuda. Me rendi, saí do ciclo vicioso e ingressei em um programa de 12 passos. Foi ali que entendi que eu não tinha culpa por estar naquela situação ou por ser uma doente. Porém, aprendi que tinha total responsabilidade pela minha recuperação.

    A Vida em Recuperação

    Felizmente, não tirei a vida da minha filha. Hoje, ela tem 14 anos, me ama e sente orgulho de mim. Minha mãe também ingressou na mesma irmandade algum tempo depois. Ela conseguiu ficar dois anos limpa antes de falecer devido a uma doença decorrente da adicção. Foi um exemplo de força e entrega.

    Hoje, estou limpa há nove anos e algumas 24 horas. Continuo frequentando os mesmos lugares onde encontrei a recuperação, praticando o programa de 12 passos diariamente. Sou grata, sou feliz e vivo em eterna vigilância.

    Levo essa mensagem para outros adictos, sou produtiva e sou uma mãe que minha filha admira. Não sinto mais vontade de tirar minha vida e vivo um dia de cada vez, com a certeza de que a recuperação funciona.

    Por Que Compartilhar Essa História?

    Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, saiba que é possível sair do ciclo vicioso. A recuperação é um caminho desafiador, mas transformador. Não hesite em buscar apoio.

    Lembre-se: um dia de cada vez.

    Agradecemos imensamente à pessoa anônima por compartilhar sua história inspiradora, mostrando que a recuperação é possível e transformadora.