Tag: como é o tratamento de drogas

  • Organize suas Emoções Perante a Denúncia da Substância

    Organize suas Emoções Perante a Denúncia da Substância

    Organize suas Emoções Perante a Denúncia da Substância

    Por Tarcísio Gonçalves Júnior – Assistente Social | Terapeuta Conselheiro

    Entendendo o impacto emocional da denúncia

    A denúncia relacionada ao uso de substâncias psicoativas pode ser um momento de grande impacto, tanto para quem faz uso quanto para os familiares e pessoas próximas. Lidar com esse cenário exige, antes de tudo, organização emocional e acolhimento.

    É comum surgirem sentimentos intensos como raiva, tristeza, culpa ou até mesmo desesperança. Esses sentimentos são válidos e fazem parte do processo de conscientização e superação. Reconhecer essas emoções é o primeiro passo para lidar com elas de forma saudável.


    📝 Escreva para compreender o que sente

    Uma das ferramentas mais eficazes para organizar seus sentimentos é a escrita terapêutica. Manter um diário emocional pode ajudar a:

    • Externalizar dores e pensamentos confusos
    • Identificar gatilhos emocionais
    • Refletir sobre os momentos de clareza e progresso
    • Observar padrões comportamentais

    Não se preocupe com regras gramaticais ou estrutura. Escreva de forma livre, com autenticidade, e utilize esse espaço como um recurso de autocuidado.


    🧘 Práticas de atenção plena e meditação

    A meditação e a atenção plena (mindfulness) são práticas recomendadas para quem está enfrentando um processo emocional intenso. Essas técnicas ajudam a:

    • Acalmar a mente e reduzir a ansiedade
    • Observar as emoções sem julgamentos
    • Desenvolver resiliência emocional
    • Estimular o equilíbrio entre razão e sentimento

    Mesmo com poucos minutos por dia, esses hábitos podem trazer benefícios significativos ao longo do tempo.


    🤝 Procure apoio: você não está sozinho

    Falar sobre suas emoções com familiares, amigos de confiança ou profissionais de saúde mental pode fazer toda a diferença. Em momentos difíceis, contar com apoio psicológico especializado é fundamental.

    Além disso, grupos terapêuticos oferecem um ambiente seguro para trocar experiências com pessoas que enfrentam desafios semelhantes. O acolhimento coletivo fortalece e impulsiona o processo de recuperação.


    ⏳ Aceitação e tempo: parte essencial do processo

    A recuperação emocional é um caminho que exige tempo e paciência. Aceitar que a dor, o medo ou a culpa fazem parte da experiência não significa fraqueza — significa maturidade emocional.

    Organizar suas emoções diante da denúncia é um passo valioso em direção à cura interior. Ao cuidar da sua saúde mental, você constrói um caminho mais claro, leve e saudável, fortalecendo sua capacidade de enfrentamento.

  • Comportamento Autodestrutivo e o Uso de Substâncias: Entenda os Riscos e Caminhos para a Recuperação

    Comportamento Autodestrutivo e o Uso de Substâncias: Entenda os Riscos e Caminhos para a Recuperação

    Comportamento Autodestrutivo e o Uso de Substâncias: Entenda os Riscos e Caminhos para a Recuperação

    O que é o comportamento autodestrutivo no uso de substâncias?

    Por Tarcísio Gonçalves Júnior – Assistente Social | Terapeuta Conselheiro

    O comportamento autodestrutivo relacionado ao uso de substâncias é uma realidade complexa que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Neste cenário, drogas lícitas e ilícitas são, muitas vezes, utilizadas como um mecanismo de escape de dores emocionais, traumas ou dificuldades da vida cotidiana.

    Embora possa parecer, inicialmente, uma solução temporária para aliviar o sofrimento, esse comportamento pode evoluir rapidamente para um ciclo de dependência química, trazendo consequências graves para a saúde física, mental e para os relacionamentos sociais e familiares.


    Como a dependência química afeta a saúde e a vida social?

    O uso contínuo de substâncias impacta diversos aspectos da vida:

    • Saúde física e mental: deterioração do corpo, distúrbios emocionais, ansiedade e depressão.
    • Relacionamentos interpessoais: conflitos familiares, isolamento, perda de vínculos afetivos.
    • Vida social e profissional: queda de produtividade, abandono de projetos pessoais e profissionais.

    Além disso, sentimentos como culpa e vergonha são comuns entre pessoas que enfrentam a dependência, o que contribui para um ciclo autodestrutivo difícil de romper sem apoio adequado.


    O uso de drogas como automedicação emocional

    Muitos indivíduos que recorrem ao uso abusivo de drogas estão, na verdade, tentando lidar com uma dor profunda. A automedicação pode ser entendida como um grito silencioso por ajuda.

    Nem sempre essas pessoas têm consciência do impacto devastador que esse comportamento provoca, tanto em suas próprias vidas quanto na vida daqueles ao seu redor. Por isso, é fundamental enxergar o comportamento autodestrutivo não como fraqueza, mas como uma forma mal-adaptada de lidar com o sofrimento emocional.


    O caminho da recuperação: apoio profissional e redes de acolhimento

    Para interromper o ciclo da dependência, o primeiro passo é reconhecer a necessidade de ajuda profissional. Psicólogos, terapeutas e grupos de apoio especializados são aliados essenciais nesse processo.

    Buscar apoio não é sinal de fraqueza, mas de coragem. A recuperação é possível e começa com o acolhimento, a escuta e o fortalecimento da identidade e autoestima do indivíduo.

    “Compreender que o comportamento autodestrutivo é uma forma de lidar com a dor pode ser o primeiro passo rumo à cura.”
    Tarcisio Gonçalves


    Conclusão

    O comportamento autodestrutivo relacionado ao uso de substâncias exige atenção, empatia e cuidado. A informação e o acesso a redes de apoio podem transformar vidas. Se você ou alguém próximo está passando por isso, saiba que ajuda existe e recuperar-se é possível.

  • A Principal Disfunção do Dependente Químico: Perda de Controle e Prejuízo Funcional

    A Principal Disfunção do Dependente Químico: Perda de Controle e Prejuízo Funcional

    A Principal Disfunção do Dependente Químico: Perda de Controle e Prejuízo Funcional

    Por Jairo Telles – Terapeuta

    ✅ O que é a dependência química?

    A dependência química é um transtorno crônico caracterizado pelo uso compulsivo de substâncias, mesmo diante de consequências negativas em diversas áreas da vida. Trata-se de uma condição que afeta o funcionamento do cérebro, o comportamento e a capacidade de escolha consciente do indivíduo.

    Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), um dos critérios diagnósticos fundamentais do transtorno por uso de substâncias é justamente a incapacidade de controlar o consumo, mesmo com desejo ou tentativas repetidas de parar ou reduzir o uso.


    ⚠️ A perda de controle como disfunção central

    Essa perda de controle configura-se como a disfunção central do dependente químico. É o ponto de ruptura entre o uso ocasional e o uso compulsivo, marcando o momento em que o consumo deixa de ser uma escolha voluntária e passa a dominar o comportamento.

    De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno é descrito como um “padrão de comportamento de uso de substâncias que resulta em comprometimento significativo do funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou de outras áreas importantes.”


    🧠 Impactos da disfunção na vida do dependente

    Além da compulsão pelo uso, essa disfunção central desencadeia uma série de prejuízos funcionais:

    • Danos cognitivos (comprometimento do julgamento, impulsividade, dificuldade de decisão)
    • Relações sociais deterioradas (isolamento, conflitos, afastamento familiar)
    • Abandono de responsabilidades (trabalho, estudos, cuidados com a casa e com os filhos)
    • Descuido com a saúde física e mental

    Como afirmam Inaba & Cohen (2011):

    “A dependência não é apenas uma questão de força de vontade ou moralidade, mas uma condição médica crônica que afeta o cérebro, o comportamento e o funcionamento do indivíduo.”


    🔍 A disfunção central e a perda da capacidade de escolha

    A maior disfuncionalidade no transtorno de dependência química é, portanto, a perda da capacidade de escolha consciente frente ao uso da substância. Esse estado de vulnerabilidade compromete o livre arbítrio e expõe o indivíduo a uma cadeia de consequências negativas que se manifestam em todas as áreas da vida.

    Essa compreensão é fundamental para quebrar estigmas, promover o acolhimento e incentivar abordagens terapêuticas eficazes, baseadas na ciência e na empatia.


    📌 Conclusão

    Entender que a dependência química é uma doença com base neurobiológica e comportamental — e que sua disfunção central é a perda de controle sobre o uso — é essencial para promover o tratamento adequado, fortalecer os vínculos familiares e construir um plano terapêutico que respeite o tempo, a dor e a dignidade do paciente.


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    Na Terapeuta Conecta, você encontra profissionais especializados em dependência química, prontos para oferecer acolhimento a pacientes e familiares.
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  • Adicção: Entenda os Mecanismos da Dependência Química e Comportamental

    Adicção: Entenda os Mecanismos da Dependência Química e Comportamental

    Adicção: Entenda os Mecanismos da Dependência Química e Comportamental

    O que é Adicção?

    por Renata Jungmann – Terapeuta em Dependência Química

    A adicção, também conhecida como dependência, é um transtorno crônico e multifacetado, marcado por uma compulsão persistente por uma substância ou comportamento, mesmo diante de prejuízos graves à saúde física, emocional, social ou profissional.

    Embora tradicionalmente associada ao uso de substâncias químicas, a adicção também engloba comportamentos como jogos de azar, sexo, compras, uso excessivo de redes sociais, entre outros.


    1. Características Fundamentais da Adicção

    a) Compulsão

    A pessoa sente uma necessidade incontrolável de repetir o comportamento ou consumir a substância, mesmo que deseje parar.

    b) Perda de Controle

    A dificuldade de controlar a frequência, intensidade ou duração do comportamento é progressiva e contínua.

    c) Persistência Apesar dos Prejuízos

    Mesmo diante de danos evidentes — físicos, emocionais, sociais ou legais — o comportamento ou uso continua.

    d) Craving (Desejo Intenso)

    O desejo constante pela substância ou comportamento domina os pensamentos, prejudicando o humor, foco e tomadas de decisão.


    2. Tipos de Adicção

    a) Adicções Químicas

    Envolvem o uso de substâncias que afetam diretamente o cérebro:

    • Álcool
    • Nicotina
    • Cocaína
    • Heroína
    • Maconha
    • Medicamentos psicotrópicos

    Essas substâncias alteram o sistema de recompensa cerebral, especialmente no que diz respeito à liberação de dopamina, neurotransmissor ligado ao prazer.

    b) Adicções Comportamentais

    Não envolvem substâncias químicas, mas ativam os mesmos circuitos de prazer e reforço cerebral:

    • Jogos de azar
    • Sexo e pornografia
    • Redes sociais e internet
    • Compras compulsivas
    • Alimentação compulsiva (açúcar, gordura, sal)
    • Workaholism (trabalho compulsivo)

    3. Bases Neurobiológicas da Adicção

    A adicção está diretamente relacionada à desregulação do sistema de recompensa do cérebro, principalmente nas áreas que liberam dopamina.

    Com o tempo:

    • O cérebro desenvolve tolerância, exigindo doses maiores ou estímulos mais frequentes para sentir o mesmo prazer.
    • A ausência da substância ou comportamento gera sintomas de abstinência, como irritabilidade, tristeza ou ansiedade intensa.

    4. Fatores que Contribuem para o Desenvolvimento da Adicção

    Diversos elementos influenciam o risco de desenvolver uma dependência:

    Fatores Genéticos

    Existe uma predisposição genética em muitos casos, especialmente quando há histórico familiar.

    Ambiente e Vivências

    • Abuso ou negligência na infância
    • Trauma psicológico
    • Pobreza ou violência
    • Estresse crônico

    Saúde Mental

    • Transtornos como: ansiedade, depressão, TDAH, transtorno de personalidade borderline, entre outros
    • A adicção pode funcionar como uma tentativa de automedicação desses estados psíquicos.

    Conclusão

    A adicção é mais do que uma escolha: é um transtorno cerebral complexo, com raízes biológicas, psicológicas e sociais. Entender seus mecanismos é o primeiro passo para prevenção, acolhimento e tratamento efetivo.

    Na Terapeuta Conecta, acreditamos em abordagens integradas e acessíveis para auxiliar quem enfrenta esse desafio. Se você ou alguém próximo está lidando com dependência, busque apoio especializado.


    Quer saber mais sobre como a terapia pode ajudar na dependência?

    Entre em contato com um de nossos terapeutas ou acesse nossos conteúdos exclusivos sobre saúde mental e reabilitação.

  • Dependência Química e Psicanálise: Uma Análise Profunda

    Dependência Química e Psicanálise: Uma Análise Profunda

    Dependência Química e Psicanálise: Uma Análise Profunda

    Por Jairo Telles – Terapeuta e Conselheiro Pleno em dependência química

    Descubra a visão da psicanálise sobre a dependência química, explorando o desejo, a falta, o gozo e a repetição. Entenda como a análise pode auxiliar no tratamento.

    A dependência química e a psicanálise se encontram num ponto bastante profundo: o campo do desejo, da falta, do gozo e da repetição. A psicanálise não trata a dependência como uma simples falha moral ou um problema de autocontrole, mas como um sintoma — uma formação do inconsciente que carrega um sentido, uma tentativa de lidar com o sofrimento psíquico.

    Pontos de Encontro entre Psicanálise e Dependência Química

    1. O Sujeito e o Sintoma Para a psicanálise, especialmente na linha freudiana e lacaniana, a dependência química pode ser vista como um sintoma que diz algo do sujeito. O uso de substâncias não é apenas uma busca de prazer, mas uma forma de tentar tamponar um vazio, uma angústia, ou dar conta de algo que escapa à simbolização. A psicanálise busca entender a singularidade desse sintoma em cada indivíduo.

    2. A Repetição e o Circuito do Gozo O uso compulsivo de drogas está ligado ao conceito de repetição. Lacan fala do “gozo” como aquilo que vai além do princípio do prazer. Algo que machuca, mas que o sujeito busca, mesmo assim. A droga pode ocupar esse lugar de “objeto de gozo”, repetido para tentar calar a angústia, mas que não cessa de falhar, forçando o ciclo a recomeçar. A psicanálise investiga as raízes dessa repetição.

    3. O Papel do Outro Na dependência, muitas vezes há uma relação com um “Outro” (a droga, mas também figuras simbólicas, como pais, instituições) que estrutura a posição do sujeito. A psicanálise escuta esse laço — como o sujeito se organiza diante do desejo do Outro, da lei, da falta. Compreender essa dinâmica é crucial no processo de tratamento.

    4. Transferência e Tratamento Psicanalítico Na clínica psicanalítica, não se trata de “curar” o dependente químico, mas de possibilitar que ele fale — e, a partir da escuta, desloque o lugar da droga em sua vida. A relação transferencial (entre analista e analisando) pode ser o espaço onde o sujeito começa a reescrever sua história, simbolizar o que antes só era vivido como pura dor ou urgência. O tratamento através da fala e da escuta analítica oferece uma nova perspectiva para lidar com a dependência química.